TIM vai pressionar torreiras por revisão de contratos

Desmobilização de torres obtidas da Oi Móvel se somará à revisão dos contratos de 10% dos sites alugados da TIM, avisou o CEO, Alberto Griselli. Medida é parte da estratégia de focar na elevação da margem do fluxo de caixa livre.

Alberto Griselli, CEO da TIM - crédito: divulgação

A TIM está focada na melhora do fluxo de caixa e, para tanto, vem renegociando contratos com torreiras ou acelerando medidas que liberem capital, como o desligamento de ativos indesejados da Oi Móvel.

Durante evento voltado a analistas do mercado financeiro realizado hoje, 7, em Nova York (EUA), os executivos da TIM contaram como a empresa espera se tornara cada vez mais rentável para os acionistas e se tornar a “operadora preferida” do Brasil.

A começar, listaram os objetivos que possuíam para 2023 com a incorporação da Oi Móvel, iniciada em 2022, e como já bateram as metas com folga.

O CEO da TIM, Alberto Griselli (na foto acima), apresentou os resultados. “Estamos capturando as sinergias da Oi Móvel mais rápido que o previsto”, falou. E apontou para o ritmo acelerado da desativação de torres celulares redundantes.

Griselli ressaltou que quanto mais rápido for o cancelamento de contratos com as torreiras, antes a TIM reduz os custos com leasing dessas estruturas. Isso resulta em liberação do fluxo de caixa para outros investimentos e para melhorar o retorno dos sócios.

A companhia havia planejado desmobilizar 3,5 mil torres móveis herdadas da Oi neste ano. Até o momento, desmontou mais: 4,2 mil. Até setembro, isso representou economia de 20% sobre os custos de aluguéis de infraestrutura.

O presidente da TIM avisou também que vai renegociar contratos com as torreiras e diversificar o quadro de fornecedores de infraestrutura. Ao menos 10% de todos os sites em uso pela companhia serão alvo de renegociação no curto prazo.

Pouco antes, ele destacava que a consolidação do mercado de cinco para três competidores nacionais em telefonia móvel trouxe racionalidade para o segmento. Além de forçar renegociação com as torreiras, a concentração permite às teles focar mais em competir pelo “valor” entregue ao cliente, em vez de lutar com base nos preços, observou.

Após a saída da Oi do mercado celular, a TIM conseguiu ter 4,6 MHz de espectro a mais por usuário que os rivais, segundo Griselli. O dado tem relação com a quantidade menor de clientes e desconsidera também as frequências de 26 GHz arrematadas no leilão 5G de 2021 por diversas empresas do setor.

As sinergias com a compra de fatia da Oi Móvel também vêm em outras frentes, além da revisão de contratos com fornecedores. A TIM reviu a previsão de efeitos tributários positivos. Antes esperava um incremento de receitas de R$ 700 milhões, agora calcula que será mais de R$ 1 bilhão. Na apresentação, o executivo lembrou também que obteve a devolução de R$ 300 milhões da Oi, como abatimento do preço pago pela Oi Móvel.

Compartilhamento no 2G e no 3G com a Vivo

Outra frente de redução de custos com alugueis vem da parceria com a Vivo para compartilhamento de infraestrutura e espectro 2G e 3G. No caso do 2G, o projeto prevê desligamento de metade da rede 2G da TIM nas cidades em que a Vivo também tem infraestrutura, e vice versa.

O projeto ainda precisa ser ampliado a seu potencial total. Ou seja, precisa ser expandido para 2,6 mil cidades. Atualmente, só há piloto em cerca de 400 cidades. Ao todo, 4,88 mil sites 2G poderão ser desligados pela TIM.

Já a criação de um Single Grid 3G em cidades com até 30 mil habitantes ainda precisa evoluir. As empresas negociam a cobertura única partilhada em 1,6 mil cidades, o que vai levar a revisão do uso de ao menos 2,4 mil sites da TIM.

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Rafael Bucco

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