TIM prepara refarming de frequência usada na 3G para a 4G

Operadora estuda como destinar parte da banda de 2,1 GHz para agregar portadoras com 1,8 GHz e 700 MHz, aumentando velocidade dos acessos de quarta geração.
O CTO da TIM Brasil, Leonardo Capdeville
O CTO da TIM Brasil, Leonardo Capdeville

O sucesso do refarming do espectro de 1,8 GHz está fazendo a TIM já planejar o uso de frequências da 3G na conectividade 4G. Conforme o CTO da operadora, Leonardo Capdeville, a companhia já tem estudos de como destinar ao menos uma parcela dos 2,1 GHz que usa na terceira geração para o aumento da capacidade das conexões LTE.

Ele não estipulou, no entanto, prazos para dar início ao projeto. As afirmações foram feitas durante a conferência dos resultados da companhia, realizada na manhã desta quarta-feira (9). “Estamos preparando o refarming de 2,1 GHz, usado hoje na 3G. Conforme a gente atrai clientes para a 4G, vemos aumentar a chance de refarming da 3G”, falou.

Ele ressaltou que a experiência do refarming de 1,8 GHz mostra que é possível fazer a migração de base, sem que se deixe de entregar o serviço original. No caso do reúso do 1,8 GHz, ainda há parcelas mantidas para a conectividade 2G.

Dispositivos resistem

O motivo tem menos relação com os investimentos da tele, e mais com o perfil do consumidor. A tecnologia GSM ainda é muito usada no interior do país por populações de baixa renda que mantém um celular antigo ou, principalmente, para o link de dispositivos M2M.

Por conta disso, o 2G ainda sobreviverá por alguns anos. O refarming poderia ser acelerado se os fabricantes de aparelhos induzissem a migração para modelos mais modernos. “Na nossa visão, a oportunidade para desligar a 2G é importante para reduzir custos, e mais ainda para trazer o consumidor ao novo modelo de consumo de dados. Mas hoje a sobrevivência do 2G está mais ligada ao lado da existência dos devices, do que da infraestrutura em si”, defendeu.

A operadora começou a reduzir o tamanho de banda que guardava para uso do 2G há cerca de dois anos. Essa banda foi destinada à entrega de conexão LTE, inclusive com agregação de portadoras nos 700 MHz. No período, a companhia expandiu sua rede de quarta geração a mais de 3 mil cidades.

Estratégia

O movimento é importante para a companhia pois permitirá explorar alternativas à expansão da rede fixa. Embora a TIM venha investindo para amplia a Live, sua marca para acesso fixo em banda larga, com tecnologia FTTH, ter mais banda permite entrar em novos mercados mais rapidamente.

Hoje, a Live tem 411 mil clientes, concentrados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Mas com o uso da rede móvel de quarta geração, multiplica sua área de acesso possível. Conforme Stefano De Angelis, a operadora está pronta para ativar planos WTTx (banda larga fixa usando a rede móvel) em 67 cidades. O que deve acontecer no segundo semestre.

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Rafael Bucco

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