TIM defende leilão 5G sem restrição a fornecedores

Para CTIO da tele, maior competição favorece o desenvolvimento da tecnologia. Executivo da Huawei rebateu acusações do governo dos EUA e garante que "racionalidade" orienta os clientes.

O CTIO da TIM, Leonardo Capdeville, defendeu hoje, 22, a inexistência de políticas públicas que restrinjam fornecedores de rede de venderem no Brasil. O diretor da tele ressaltou que quanto mais competidores houver entre os fabricantes, maior o desenvolvimento tecnológico e menor o preço praticado ao consumidor final.

“Do ponto de vista tecnológico, como operadora, queremos acesso a um ambiente de ampla competição e que a melhor tecnologia prevaleça”, salientou, ao participar de evento digital realizado pelo site Teletime.

O comentário foi feito em momento que os participantes do evento comentavam prováveis políticas de banimento de fabricantes, especialmente a Huawei, como ocorreu nos Estados Unidos pelo governo de Donal Trump.

Para Capdeville, a questão da segurança envolve menos o banimento de uma empresa, e mais a busca por uma arquitetura que reduza os riscos. “A questão de segurança é uma preocupação que todas as operadoras têm. Uma possível lacuna na segurança pode parar setores críticos. Como proteger as redes para evitar que a gente sofra ataques? Como manter a resiliência por desastre? Ou no caso de invasão? Esse, entendo, vai ser debate cada vez mais crítico”, lembrou.

Huawei rechaça acusações dos EUA

Também participante do debate, Marcelo Motta, diretor de marketing para operadoras para a transformação digital da Huawei, afirmou que as acusações a respeito da segurança de seus sistemas são feitas sem quaisquer provas há pelo menos 10 anos, desde o início da internacionalização da fabricante chinesa. E que para aplacá-las, a gigante criou um sistema de governança e segurança sem igual no mundo.

“As acusações se intensificaram agora, mas nos acompanham ao longo de toda nossa expansão internacional. São infundadas. A gente tem um sistema de governança único no mundo de cibersegurança em que a gente mantém todo o controle de segurança e privacidade dentro de todos os nosso produtos e cadeia de produção. Além disso, as redes são operadas pelos clientes. A Huawei não tem acesso à rede, ou quando tem, é um acesso controlado”, ressaltou.

O executivo lembrou que implantou centros de tecnologia em diversos países, onde operadoras e reguladores podem testar e conhecer a tecnologia vendida. “Temos centros globais na China, em Bruxelas, diveros hubs locais espalhados em no Reino Unido, Alemanha, Canadá, Emirados Árabes. E mesmo com essa campanha que tem sido feita, nossos clientes continuam nos suportando, em busca da melhor tecnologia e de maior escala. Nossos maiores mercados continuam preservados. A racionalidade parece que está acontecendo na maior parte deles”, afirmou.

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Rafael Bucco

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