TIM aponta queda de 10% nas recargas do pré-pago
A TIM divulgou hoje, 5, os resultados financeiros do primeiro trimestre do ano. A companhia apresentou lucro líquido de R$ 162 milhões, uma alta de 34,8% em relação ao mesmo período de 2019.
A empresa ressalta, porém, que no ano passado houve diferimento de impostos, o que gerou um impacto positivo não recorrente que dificulta a comparação. Desconsiderando esse diferimento, a alta do lucro líquido teria sido de 8,4%.
A operadora apresentou expansão de 0,6% nas receitas. Estas somaram R$ 4,21 bilhões. A receita apenas com serviços ficou em R$ 4,09 bilhões, alta de 1,7%. Segundo a TIM, a rubrica já teve o reflexo da pandemia de Covid-19, que levou ao isolamento social a partir da segunda quinzena de março. O resultado foi um ritmo de expansão das receitas abaixo do esperado, impactado principalmente pelo tombo de 25,5% nas vendas de aparelhos devido a fechamento temporário de lojas. O serviço móvel cresceu 1,2%. Já o fixo registrou expansão de 9,4%.
Os custos da tele foram reduzidos no período. Passaram de R$ 2,40 bilhões no primeiro trimestre de 2019 para R$ 2,29 agora, baixa de 4,8%.
Como resultado, o EBITDA (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) ficou em R$ 1,92 bilhão. Os números apresentados são todos já no modelo contábil IFRS-16.
Resultados operacionais
A TIM informou que a base de clientes de ultra banda larga fixa cresceu 20,2% na comparação ano a ano, totalizando 584 mil conexões. A receita média por usuário (ARPU) no móvel aumentou de 4,8%, atingindo R$ 23,9.
O impacto da pandemia no pré-pago já foi percebido. Houve redução no número de clientes recarregadores em 10%. Juntamente com a redução da base no segmento, a Covid-19 contribuiu para queda de 4,5% na receita de pré-pago .
Ainda assim, a empresa conseguiu ampliar a ARPU do pré-pago em 4,6%, uma vez que há menos clientes e ligeiro aumento dos preços das recargas.
O crescimento da ARPU no pré supera a do pós-pago, que subiu 4,3%. A empresa diz ainda que o plano TIM Black Família passou da marca de 500 mil clientes. A oferta é o carro chefe no pós-pago de alto valor da empresa. O fechamento temporário das lojas, no entanto, freou as adições a partir da segunda quinzena de março, que foi compensada por queda no ritmo de desconexões.
A ARPU da TIM Live teve crescimento de 6,1%, atingindo R$ 84,5.
Inadimplência
No primeiro trimestre, as Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) apresentaram alta de 9,3% sobre o mesmo período de 2019. Foi o quarto trimestre consecutivo de desaceleração no ritmo de crescimento, embora ainda tenha registrado expansão de 0,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Segundo a empresa, tal desempenho é explicado pelo aumento da base de receita exposta a inadimplência em função do aumento da base pós-paga em 5,3% a.a., além de um ambiente macroeconômico desafiador (desemprego, renda e endividamento das famílias). “Apesar disso, a melhora dos últimos dois trimestres reflete os esforços na melhoria da aquisição de clientes, através de modelos e políticas de crédito mais sofisticados, além de maior eficiência na cobrança e recuperação”, afirma, no relatório.
Infraestrutura
Quanto à infraestrutura, a companhia também aponta avanços. No período, sua rede 4G passou a funcionar em 3.506 cidades. De janeiro a março a TIM atingiu presença com rede 4G em 100% das cidades dos estados de Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo. Terminou o trimestre com VoLTE ativado em 3.459 cidades. E chegou com fibra ótica a 2,5 casas (homes passed).
Quanto à base móvel, a companhia seguiu desligando clientes no pré-pago, com objetivo de focar a migração de usuários para planos controle e pós, de maior valor. A TIM terminou março com 52,82 milhões de clientes móveis, 4,1% a menos que no mesmo trimestre de 2019. Desses, 31,15 milhões eram pré-pagos (-9,7%), enquanto 21,67 milhões, pós-pagos (+5,3%).