TIM: 5G vai transformar planos pré-pagos e controle devido ao consumo de vídeo

Durante evento, VP de estratégia da operadora cobrou mudança do Marco Civil da Internet para que novos modelos de negócios da 5G não sejam inviabilizados por entraves regulatórios

A TIM acredita que a tecnologia 5G será capaz de derrubar o custo da transmissão de dados, tornando serviços baseados no streaming de vídeo mais populares. Conforme Renato Ciuchini, vice-presidente de estratégia da operadora, com isso a tecnologia será capaz de transformar as ofertas de pré-pago e planos controle.

“O 5G permitirá entregar muito mais capacidade a um custo muito mais competitivo, e levar o vídeo para a base da pirâmide”, ressaltou hoje, 27, no evento online Streaming Brasil, do site Teletime.

Ciuchini ressaltou que por enquanto as inovações da 5G são promessas. Há várias estratégias e modelos de rentabilização traçados pelas operadoras mundo afora, mas o casos de uso efetivados ainda são poucos. Diante disso, a aposta da TIM recai sobre a transmissão de dados, modelo já comprovado com o 4G.

“Vídeo consome muito mais dados, e o cliente da base consome só um terço do que consome o topo da pirâmide. Não está claro ainda, porém, qual o modelo de monetização desses serviços [de vídeo no celular]”, disse.

Segundo ele, há potencial colocar dezenas de milhões de novos consumidores nos serviços de streaming através de novos planos pré-pagos e controle.

A TIM, diferente de outras operadoras, não pretende se posicionar como prestadora de serviços de TV por assinatura. O objetivo é fazer de celular uma central de conteúdos e aplicações.

“Percebemos que o empilhamento de serviços reduz o churn [rotatividade de clientes]. A gente tem Netflix, Youtube Premium, Amazon. Queremos ser um distribuidor de conteúdo para nossa base de clientes, e dar todas as opções possíveis, pois isso resulta em lealdade maior do cliente”, afirmou, descartando estratégias de venda de conteúdo exclusivo.

Operadora defende mudança da neutralidade de rede 

Ciuchini defendeu ainda no evento mudança no Marco Civil da Internet. Segundo ele, a regra de neutralidade de rede poderá reduzir as ofertas das operadoras em relação a serviços inovadores, como realidade virtual e aumentada.

“Para praticar o slicing, há um entrave regulatório. Se o Brasil não resolver esse entrave, pode deixar oportunidades na mesa. A discussão hoje é totalmente diferente da discussão de 20 anos atrás, quando começou-se a desenhar o Marco Civil da Internet”, falou. O slicing é a tecnologia aplicada às 5G que permite o fatiamento do espectro utilizado, criando faixas de transmissão de dados de diferentes velocidades e com diferentes qualidades de serviço garantido.

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Rafael Bucco

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