61% dos brasileiros têm acesso à internet

Pesquisa realizada pelo NIC.br revela estagnação na quantidade de domicílios com banda larga fixa. O usuário tem preferido usar apenas redes móveis em função do preço. Entre quem não tem acesso à internet, o preço é o principal impeditivo.

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O NIC.br, braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta terça-feira, 05, os dados da pesquisa TIC Domicílios 2016. O levantamento mostra que a internet brasileira manteve a expansão, e hoje alcança 61% das pessoas com mais de 10 anos de idade. Equivale a 107,9 milhões  de pessoas com acesso à internet.

Persiste no país a desigualdade no acesso: 65% das pessoas que vivem em áreas urbanas navegam online, enquanto no campo o índice é de 39%. Por classe social, a diferença é a ainda mais evidente. A internet está ao alcance de 95% da classe A, mas de apenas 35% das classes D/E.

Houve, entretanto, aumento da penetração entre as famílias de baixa renda – uma vez que um ano antes, a internet era acessada por 30% da classe D/E.

Em número de domicílios, a internet conecta hoje 54% dos lares brasileiros, ou, 36,7 milhões. Na classe A, 98% têm acesso, enquanto nas classes D/E, 23%.

Crescimento

Apenas cinco anos atrás, em 2012, a internet era usada por 49% da população. O que tem garantido que novos usuários entrem no universo digital não é o computador, mas o celular.

A quantidade de casas com acesso à internet, mas sem computador, quase dobrou em um ano. Passou de 9% dos domicílios em 2015, para 14% em 2016. Já a quantidade de lares com um computador e com acesso à internet caiu de 41% para 39%.

“Os resultados indicam maior presença dos acessos móveis nos domicílios brasileiros. O crescimento da banda larga móvel, contudo, ocorre com maior intensidade entre os domicílios das classes sociais menos favorecidas e em regiões que tradicionalmente apresentam conectividade mais restrita, como é o caso da região Norte e das áreas rurais”, enfatiza Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

Regiões mais conectadas

A pesquisa indica que o Sudeste está no topo das regiões mais conectadas, e também das que tem maior população sem acesso à internet. São 64% das pessoas com conectividade móvel ou fixa, mas 10,6 milhões de pessoas sem nenhum acesso.

O Nordeste é a segunda região com mais pessoas sem qualquer conexão (10,5 milhões). Mas é a última colocada em conectividade, 40% dos domicílios têm internet. O Centro-Oeste tem índice de conectividade de 56%, o Sul, de 52%, e o Norte, de 46%.

Na comparação com os anos anteriores, a região Norte avançou, superando o índice de conexões do Nordeste. Alexandre Barbosa explica, porém, que isso só poderá ser considerado um fenômeno definitivo na próxima edição do TIC Domicílios, uma vez que a variação está dentro da margem de erro.

Preço é impeditivo

A pesquisa perguntou aos entrevistados sem internet por que não contratavam o serviço. 57% deles disseram que achavam o serviço caro, e por isso não assinavam. Outros 49% disseram que não tinham interesse na internet, enquanto 45% não via necessidade. 27% disseram que o serviço não existia na região em que moram.

Neste caso, a pesquisa colhia mais de um motivo por entrevistado, o que explica a soma dos números ultrapassarem o 100%. Entre outros motivos mencionados havia a falta de um computador em casa (44%), preocupações com segurança ou privacidade (40%), não saber usar a internet (39%), evitar contato com conteúdo perigoso (37%) e por terem acesso em outro local (30%).

Estagnação na fixa

Os dados indicam, ainda, que a banda larga fixa pouco avançou entre as edições de 2012 e de 2016 do relatório. 64% dos domicílios com internet têm banda larga fixa, enquanto 25% usam 3G ou 4G em 2016. Cinco anos atrás, em 2012, 67% tinham banda larga fixa, e 21%, 3G.

Em números absolutos, esta edição foi a primeira a identificar uma estagnação ano a ano do número de domicílios com banda larga fixa. A quantidade de casas no Brasil continuou crescendo, mas seus donos procuraram menos acessos fixos. Apenas 200 mil novos lares receberam conexões fixas entre 2015 e 2016, totalizando 23,4 milhões. A banda larga móvel, no entanto, avançou para mais 1,8 milhão lares, e está presente hoje em 9,3 milhões.

Celular no WiFi

A pesquisa ouviu os usuários conectados por celular sobre seus hábitos de consumo. E descobriu que 86% das pessoas navegam na internet com o smartphone em redes WiFi. Já 70% usam pacotes 3G ou 4G. É uma diferenças de quase 18 milhões de pessoas que não consomem dados via planos móveis.

Novamente, vê-se um reflexo da desigualdade. As classes mais abastadas usam tanto o WiFi, quanto o acesso móvel. Enquanto as classes D/E preferem o WiFi.

Independente da forma como se dá o acesso, há usos mais comuns do smartphone. 68% das pessoas assistem a vídeos, programas, filmes ou séries na internet com o aparelho. 63% ouvem música. 38% consomem ou vídeo ou música ao vivo. E 22%, armazenamento em nuvem.

A pesquisa TIC Domicílios 2016 foi realizada entre novembro do ano passado e junho deste. Ouviu 23.721 pessoas, em 350 cidades. As entrevistas foram feitas pessoalmente.

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Da Redação

A Momento Editorial nasceu em 2005. É fruto de mais de 20 anos de experiência jornalística nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e telecomunicações. Foi criada com a missão de produzir e disseminar informação sobre o papel das TICs na sociedade.

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