Teles querem publicidade de OTT fora da franquia de dados
O SindiTelebrasil, que representa as maiores operadoras de telecomunicações do país, apresentou proposta individual à consulta pública aberta pela União Internacional de Telecomunicações (UIT ou ITU, em inglês) sobre os serviços de internet, batizados como OTT (Over The Top). A consulta iria se encerrar no dia 19, mas ela foi prorrogada para até o dia 29 de agosto. E, entre as propostas das teles, está a de regular a publicidade das OTTS, de maneira a não consumir duas ou até 500 vezes mais a franquia de dados do usuário.
As operadoras de telecomunicações brasileiras defendem que a UIT seja o fórum para regular o tema da internet, tendo em vista a convergência dos serviços, e diferenciam dois tipos de serviços de internet: aqueles que se assemelham com os serviços de telecomunicações – como o WhatsApp, para os quais são chamados de OTTs- e aqueles que são serviços on line de internet e que não se confundem com os serviços de telecom.
Segundo Alexander Castro, diretor da entidade, o SindiTelebrasil defende também que ações regulatórias sobre as OTTS devam ser adotadas somente quando forem verificadas falhas de mercado, ou seja, com medidas ex-post, e não ex-anti, como a Anatel faz com as operadoras de telecomunicações. Mas o executivo afirmou que já existe falha de mercado que precisa ser corrigida pelos reguladores.
Para o SindiTelebrasil, o regulador brasileiro e os demais reguladores devem encontrar formas de corrigir o consumo do pacote de dados do usuário pelas propagandas que são carregadas juntamente com a informação baixada pela internet. Segundo Castro essas informações publicitárias consomem muito mais a franquia de dados do que a própria informação solicitada pelo consumidor final.
” O usuário faz uma pequena pesquisa de um nome e na resposta vem uma propaganda de vídeo que consome até 500 vezes mais dados do que o nome consultado. Então, a premissa de que, as OTTs, ao gerarem mais dados geram mas receitas para as teles, não é uma premissa verdadeira, principalmente se se proibir a franquia”, afirmou o executivo.