Teles não são ameaça aos provedores regionais, diz consultor
Uma sondagem informal feita junto a escritórios de advocacia que trabalham com fusões e aquisições no segmento de provedores regionais indica que, por mês, são realizados entre cem e 150 negócios no país, de acordo com Rodrigo Leite, sócio-diretor da Advisia OC&C Strategy Consultants. No entanto, como isso não significou ainda uma retração nesse mercado, pois novas empresas continuam sendo criados no segmento, especialmente em regiões do país onde ainda há muita demanda reprimida.
Mesmo assim, já existem sinais de que o movimento de consolidação deve se acelerar, pois os fundos de investimento e de infraestrutura, a partir do que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos, começaram a olhar o mercado de fibra no Brasil. Seguindo a tendência que ocorreu na lá fora, os investimentos devem se dar, numa primeira onda, nos provedores regionais que atuam no mercado de atacado e corporativo, como já ocorreu nos casos da Americanet e Vogel Telecom, observou Rodrigo, em sua palestra no Encontro Provedores Regionais, realizado hoje pela Momento Editorial em Belo Horizonte.
Já os provedores que operam no varejo não estão no radar dos fundos de investimento, seja pelo seu porte seja pelo seu nível de governança. Para esses, de onde virá a ameaça em caso de consolidação do mercado? Para Rodrigo, a ameaça não virá das teles, pois nem no médio prazo elas vão atuar fortemente em cidades menores de 200 mil habitantes com banda larga fixa, pelo simples fato de que não têm Capex para investir em tudo que precisam. “Hoje estão muito mobilizadas pelos investimentos na evolução de suas redes celulares e na rede óptica nas cidades acima de 500 mil habitantes”, disse Rodrigo. Ele mencionou levantamento feito pela sua consultoria que mostrou que, entre 2011 e 2015, as grandes operadoras só ganharam market share na banda larga fixa nas cinco maiores cidades.
Ao responder ao questionamento da plateia, Rodrigo disse que, em sua opinião, para os provedores regionais que operam no varejo a ameaça virá de um provedor maior, que consiga recursos no mercado ou de um investidor para crescer. Por isso, sugere que os provedores se juntem e consolidem suas operações para se posicionar melhor no mercado.