Teles, da Oi, acredita que plano de recuperação será aprovado neste ano

Eurico Teles diz que é possível aprovar um plano bom para a companhia, e que “desagrade menos” a credores e acionistas ainda em 2017 e, com isso, atrair compradores internacionais

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O presidente da Oi, Eurico Teles, afirmou à imprensa hoje, 30, durante evento no Rio de Janeiro, que acredita na aprovação de um plano de recuperação judicial para a companhia ainda neste ano. A operadora realizará nas próximas semanas uma assembleia de credores, os quais deverão dizer se concordam ou não com a reestruturação da dívida proposta pela companhia.

Segundo Teles, com o adiamento da assembleia geral de credores – que passou de 7 de dezembro para 19 de dezembro – será possível elaborar uma proposta que “desagrade menos” a todos os interessados, no caso, credores e acionistas.

Ele afirmou ainda que vai que apresentar ao juiz Fernando Viana, no dia 12 de dezembro, um plano que se aproxime do consenso e que seja capaz de garantir a sustentabilidade da Oi.

Teles disse que deverá formular um novo PSA, um plano de apoio à recuperação judicial, a ser firmado com credores dispostos a aportar dinheiro novo na Oi.

“Com a cautelar da Anatel, ficou inviável a assinatura do plano. É como se, com o PSA, tivéssemos voltado à estaca zero. Estamos agora com o plano na Justiça que precisa de modificações rápidas e que possa trazer um apaziguamento na estabilidade da companhia e dinheiro novo”, disse.

O executivo ressaltou que, mesmo que não consiga a concordância de credores e acionistas, vai levar uma proposta ao Juiz Fernando Viana, do TJ-RJ, que acompanha o processo. “Mas acredito que sou conciliador e vamos conseguir algum consenso. A companhia virá com um plano sustentável, que será aprovado dia 19”, falou Teles.

Intervenção e caducidade

O presidente da Oi comentou ainda que duvida da possibilidade de a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) optar por intervir na operadora ou decretar a caducidade de suas licenças.

“Já achei até há pouco tempo que a intervenção seria plausível. Mas o caminho da intervenção e o da caducidade têm litígio. Então o melhor caminho é a negociação”, observou.

A seu ver, a Oi é a principal operadora de telecomunicações do país, com rede que se estende por todos os estados, e rentável. Além disso, é a responsável pela telefonia pública, e vem apresentando melhora considerável em seus índices de serviço, como demonstra a diminuição de processos de pequena causa.

“O que falta para a Oi é dinheiro para modernizar a planta. Gostaria muito de receber dinheiro de qualquer lugar, inclusive chinês. Mas primeiro precisamos recuperar a operadora. A Oi tem de ter um plano sustentável para despertar interesse em quem possa investir na companhia”, finalizou.

Até o momento, nenhum investidor, de nenhuma nacionalidade, apresentou um plano concreto de aquisição ou grande investimento na Oi.

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Rafael Bucco

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