Telefonica Vivo reajusta preços no pré-pago e CEO pede racionalidade do setor
A Telefônica Vivo aumentou em março os preços de seus serviços pré-pagos no país a fim de melhorar a receita com esse tipo de serviço, que perde usuários a cada mês. Agora o pré-pago da operadora parde de R$ 11,99 – até o aumento, a recarga mais baixa era de R$ 9,99. Segundo o CEO da companhia, Christian Gebara, a expectativa é melhorar o retorno.
Estratégia semelhante já aconteceu no pós-pago. Nesta modalidade, a operadora aumentou preços duas vezes ano passado, em setembro e dezembro. Estes aumentos no pós tiveram reflexo positivo para a contabilidade da operadora. O segmento pós-pago da Vivo registrou aumento de 1,6% em receitas no primeiro trimestre deste ano. No terceiro trimestre de 2018, quando decidiu-se aumentar os preços, a receita com pós caía 1%.
O executivo afirmou, durante conferência com analistas, que as operadoras precisam melhorar o nível de competição. “[O novo preço no prépago] é mais racional, e como setor, precisamos de mais racionalidade. Podemos oferecer outras coisas, como redes sociais, apps. É nisso que estamos trabalhando”, falou.
O aumento do preço ainda é recente. Segundo ele, por enquanto, não demonstrou resultado tão positivo quanto no pós-pago.
aDSL fica onde for rentável
Gebara afirmou ainda que a empresa está focada em crescer no FTTH. A expansão da rede de banda larga fixa em fibra óptica segue a todo vapor, chegando a novas cidades e cobrindo novos bairros nas cidades onde a implementação já havia começado.
Mas a ideia não é substituir todos os clientes por fibra. Segundo ele, onde não houver pressão competitiva e for rentável manter o antigo acesso aDSL, de baixa velocidade e mais instável, será mantido. Onde não for, chegará a nova tecnologia. “Hoje temos 9 milhões de homes passed. Em 18 a 20 meses teremos 15 milhões de HPs”, afirmou.
5G, PLC 79 e corte de custos
Ele também falou que a expansão da fibra tem outro componente que justifica o investimento: a chegada da 5G. A operadora pretende participar do leilão de espectro que a Anatel deve realizar em março de 2020. “Estamos nos preparando com instalação de fibra e sites”.
Ele também falou que espera ver o PLC 79 andando no Senado. Recentemente se encontrou com senadores para defender a importância do projeto. “Explicamos a necessidade, estamos otimistas”, resumiu.
O CFO David Melchon destacou na conferência que a empresa vem colhendo resultados também do corte de custos. Estes cortes se dão em diferentes frentes, e por seus cálculos, um terço das economias acontecem com a digitalização de processos internos e externos. “Um terço do Opex está em oportunidades de digitalização”, disse. A empresa vai economizar R$ 1,6 bilhão até 2021. No momento, já economizou 36% dessa meta.