Telefônica se previne contra mudança no TAC
A Telefônica Brasil aumentou em quase 50% o valor provisionado para o pagamento das multas à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no último trimestre de 2017. A companhia ampliou de R$ 400 milhões para R$ 592 milhões o valor reservado para caso o termo de ajustamento de conduta (TAC) seja alterado.
A Anatel vem fazendo ajustes exigidos pelo Tribunal de Contas da União ao TAC. Caso não conclua o trabalho até abril, cerca de 20% da dívida com a Anatel irá prescrever. Para evitar isso, a agência poderia retirar as multas do âmbito do TAC e cobrá-las.
Eduardo Navarro, CEO da Telefônica, disse hoje, 21, em conferência com analistas sobre os resultados de 2017, que acredita na celeridade da aprovação do TAC, e que o provisionamento é, na verdade, um movimento “muito conservador”. Mesmo assim, caso a Anatel resolva cobrar as multas prestes a prescrever, haverá reação.
“Esperamos que o TAC seja aprovado nos próximos meses. Se não for, estimamos o pagamento de R$ 600 milhões em multas. E vamos questionar a decisão. Mas aqui na Telefônica, queremos fazer o TAC, é um instrumento positivo para nós e para a sociedade”, falou.
Segundo ele, há cenários distintos para os investimentos futuros da operadora. Com o TAC, cidades com menor potencial econômico receberiam mais aportes em conectividade. Sem o TAC, a empresa focará investimentos nos mercados mais rentáveis.
Investimentos: o foco é FTTH
O chief operating officer (COO) da companhia, Christian Gebara, falou que a Telefônica Brasil manterá o mesmo patamar de investimentos em 2018, comparado a 2017. “Vamos investir exatamente R$ 8 bilhões”, disse. O dinheiro será destinado à expansão da rede 4G e, principalmente, da rede de fibra óptica que chega direto à casa dos clientes (FTTH).
“Temos 8,4 milhoes de homes passed em FTTx. Desses, 7 milhões são FTTH, e 11,4 milhões, FTTc. Daqui pra frente, vamos fazer apenas FTTH, então o crescimento será em FTTH”, observou. A Telefônica levou fibra a 16 novas cidades ao longo de 2017.