Telefónica prevê reduzir investimentos e crescer em B2B até 2026

Em plano estratégico, companhia ainda projeta elevar o fluxo de caixa livre em 10% ao ano; presidente da tele diz que grupo não se limita à atividade de telecom e pede desregulamentação do setor
Telefónica prevê reduzir investimentos e aumentar o fluxo de caixa até 2026
Na divulgação do plano estratégico de 2023 a 2026, José María Álvarez-Pallete, presidente da Telefónica, disse que empresa liderará movimento por desregulamentação do setor de telecom (crédito: Divulgação)

No mesmo dia em que reportou alta de 9,3% no lucro líquido no terceiro trimestre, o Grupo Telefónica, dono da Vivo, apresentou, nesta quarta-feira, 8, o seu plano estratégico para o período de 2023 a 2026. Entre outras metas, a companhia indicou que deve reduzir os investimentos em infraestrutura, crescer o faturamento no segmento corporativo e caminhar para se tornar um “supercomputador” – isto é, ir além das atividades tradicionais do setor de telecomunicações.

Centrado em crescimento, lucratividade e sustentabilidade (GPS, na sigla em inglês), o plano se apoia em cinco pilares. São eles:

• Sustentabilidade do crescimento das receitas B2C.
• Manutenção do bom momento do negócio B2B.
• Evolução das receitas provenientes de acordos com sócios.
• Obtenção de eficiências que ajudem a reduzir a estrutura de custos.
• Redução dos investimentos.

No caso deste último, a previsão é de que a empresa conduza uma redução progressiva dos investimentos sobre as vendas (capex/vendas) para ficar abaixo de 12% em 2016. A taxa representa uma queda de 2 pontos percentuais em relação aos objetivos de 2023.

Segundo a Telefónica, isso deve ocorrer porque a empresa já “superou as maiores exigências de investimento” nos territórios em que atua.

Além disso, a operadora apontou que, no segmento de varejo (B2C), projeta crescer 1,5% ao ano entre 2023 e 2026. Para o B2B, a estimativa é de alta anual de 5%.

Indicadores financeiros

Em seu novo plano, a Telefónica estabeleceu como metas anuais a ampliação do faturamento total do grupo em 1%, do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2% e do caixa operacional (EBTIDA-capex) em 5%.

O fluxo de caixa livre deve crescer 10% ao ano. Com isso, em 2016, a companhia espera gerar um caixa de 5 bilhões de euros (aproximadamente R$ 26,28 bilhões).

A empresa ainda se comprometeu a pagar, pelo menos, um dividendo de 0,30 euros por ação no período abrangido pelo planejamento estratégico.

Tecnologia e regulação

No documento, a Telefónica ainda indica que planeja atuar, de forma mais intensa, em colaboração com a indústria de telecomunicações para liderar um movimento por “um ambiente regulatório mais justo para o setor”. A empresa também sinalizou que não se vê mais como um negócio restrito à atividade de telecom.

“Na Telefónica, temos uma nova visão e uma ambição renovada para liderar o futuro, porque não somos apenas uma empresa de telecomunicações, somos algo maior e ainda melhor. Agora somos um supercomputador”, afirma José María Álvarez-Pallete, presidente da multinacional.

“Neste novo mundo digital, o setor necessita urgentemente de uma desregulamentação completa. A melhor forma de garantir a autonomia estratégica da Europa e do setor de telecomunicações é um quadro regulamentar adaptado às necessidades dos novos tempos”, frisou.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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