Telefônica e Liberty Global formam a maior operadora do Reino Unido

Apenas três dias depois de dizer que conversas estavam no início, empresas anunciam joint venture nas ilhas britânicas. Negócio reduzirá endividamento da Telefónica e resulta em uma operadora convergente com mais clientes que a British Telecom.

Apenas três dias após afirmar publicamente que estava no início das tratativas, o grupo Telefônica anunciou hoje, 7, que fechou acordo para fundir sua unidade no Reino Unido, a O2, com a Virgin Media, da Liberty Global. Com a união, surge uma empresa com a maior base de clientes das ilhas e segunda em receitas, atrás apenas da British Telecom.

A fusão precisa ainda receber o aval dos órgãos reguladores do Reino Unido e da União Europeia. A expectativa das empresas é que a transação seja concluída, após esses avais, entre o final deste ano e o terceiro trimestre de 2021.

Pelo acordo, as empresas vão formar uma joint venture que vai operar telefonia, dados e TV paga nas ilhas britânicas. A Liberty será a única a colocar a mão no bolso. Para ter 50% da joint venture, dará £ 2,5 bilhões (equivalente a R$ 17,93 bilhões) à Telefónica.

Mas a Telefônica prevê receber entre £ 5,5 bilhões e £ 5,8 bilhões devido ao pagamento de proventos. Estes serão todos usados para redução do endividamento do grupo espanhol. Há expectativa ainda de que sejam geradas sinergias no valor presente líquido de até £ 6,5 bilhões. Esse montante será apurado até 2026.

A empresa resultante da união terá receitas anuais de £ 11 bilhões. O valor de mercado da joint venture será de £ 38 bilhões, estimam as envolvidas, já levando-se em conta sinergias. A JV terá 46,5 milhões de acessos, dos quais 32,6 milhões móveis, 5,3 em banda larga fixa, 4,9 milhões em voz fixa, e 3,7 milhões em TV paga. A BT, que passará a ser a segunda maior operadora local em número de clientes, tem carteira com 46,3 milhões de acessos.

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Rafael Bucco

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