Telefônica deixa FTTC e DTH de lado para focar em FTTH e IPTV

Operadora reafirma planos de investir em ultra banda larga, aproveitando queda no preço em levar a fibra até a casa do cliente. Segundo empresa, custo para implantação do FTTH já é metade do custo do FTTC.

grafico-ascendente-luneta-936x600-01ascendente observarA Telefônica Brasil está apostando suas fichas na expansão de sua banda larga fixa usando a tecnologia FTTH, que leva fibra óptica até a casa do usuário. A empresa explicou hoje, 10, que a tecnologia é prioritária por diversos fatores, do custo à experiência de usuário.

“Hoje é possível implementar uma rede FTTH pela metade do custo de uma FTTC”, afirmou Eduardo Navarro, CEO da operadora, em conferência com analistas. O FTTC leva capacidade de rede por fibra até um armário próximo à casa do usuário, e dali, a conexão final segue por cobre. A queda vertiginosa no preço do FTTH vem acontecendo nos últimos dois anos, conforme o executivo. Atualmente, um terço dos clientes de ultra banda larga da Vivo usam FTTC, e dois terços, FTTH.

O projeto para 2017 prevê implantar a rede de ultra banda larga em 19 cidades do Brasil. Com a fibra, a TV paga da empresa passa a ser IPTV, substituindo o DTH (via satélite). O crescimento da base de usuários fora do estado de São Paulo, principal mercado da tele, prevê também foco no mundo corporativo.

“As novas redes fora do estados serão muito mais direcionadas ao segmento B2B, no qual queremos vender mais planos de dados e serviços digitais”, contou Christian Gebara, diretor de operações (COO) da Vivo. No último balanço financeiro da companhia, divulgado ontem, 09, vê-se o resultado do investimento em fibra. A receita com ultra banda larga cresceu 39,8% no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período de 2016. E a receita com IPTV subiu 45,8%.

Telefonia Móvel
A empresa também se diz otimista com o cenário móvel. Gebara explicou que o foco nos próximos meses é incentivar a migração da base pré-paga e controle para o pós-pago, reduzindo as chances de saída desse consumidor da rede da operadora.

No primeiro trimestre houve um crescimento de 17,1% na migração de usuários pré-pagos para planos híbridos (controle). “Estamos focados no aumento do ARPU [receita por usuário], da fidelidade dos usuários e nos clientes de pacotes”, ressaltou.

A empresa registrou crescimento no pagamento semanal de créditos pré-pago de 28,1% graças, segundo o executivo, à oferta de bundles com serviços de valor adicionado digitais, como serviços de acesso a livros digitais, a cursos de idiomas, e estima sucesso na nova oferta em parceria com a NBA.

Ele também frisou a importância da transformação digital da companhia, que vem reduzindo custos graças à eliminação de processos analógicos no backoffice. Isso também se reflete no cliente. A empresa passou a marca de 16 milhões de download do app de autoatendimento Minha Vivo, que contabiliza 4 milhões de usuários únicos ao mês. No app o cliente pode gerenciar os próprio serviços, da fatura, à distribuição da franquia entre os usuários de planos familiares.

No 4G, a companhia avisa que já praticamente empatou em cobertura populacional com a maior concorrente, a TIM. A Vivo está em 820 cidades, enquanto a TIM, em 1,3 mil. “A diferença em população coberta é de 0,1%”, destacou Gebara. Segundo ele, já são 66 cidades usando 4,5G, tecnologia com agregação de portadoras. A Vivo já usa agregação com faixas de 700 MHz, 1,8 GHz, 2,5 GHz e 2,6 GHz, onde é possível.

Sinergias
Durante a conferência, David Melchon, diretor financeiro da Telefônica, lembrou que o processo de fusão com a GVT, iniciado em 2014, ainda colhe resultados. Até o momento, a companhia obteve 76% das sinergias (economias em função da junção das operações) possíveis previstas pelo melhor cenário, estimado em até R$ 23 bilhões. Ou seja, até aqui, conseguiu sinergias de R$ 17 bilhões.

Em nível operacional, praticamente todo o retorno da fusão já foi implementado. Era prevista economia de R$ 6,6 bilhões no OPEX, e a tele já chegou a este patamar. Falta ainda conquistar ganhos em receita, dos quais obteve apenas 28% das sinergias possíveis, além de Capex e impostos.

TAC
Eduardo Navarro disse estar confiante de que em breve saia a decisão do TCU sobre o termo de ajustamento de conduta firmado com Anatel, e que prevê a troca de R$ 4,8 bilhões em multas por investimentos. O valor vai alavancar o Capex deste ano, avisou, e ajudar a implementar a estratégia de crescimento em FTTH e 4G.

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Rafael Bucco

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