Telefónica cresce em receitas no segundo trimestre com apoio da Vivo

Operadora brasileira foi a unidade que mais contribuiu, percentualmente, para o avança da receita da holding entre abril e junho; lucro líquido teve queda no período, mas acumula alta significativa no primeiro semestre
Receita do Grupo Telefónica cresce no 2º trimestre com apoio da Vivo
Vivo ajuda a puxar a receita da Telefónica no 2º trimestre de 2024 (crédito: Divulgação/Telefónica)

O Grupo Telefónica, dono do Vivo, divulgou os resultados financeiros do segundo trimestre nesta quarta-feira, 31. A holding registrou lucro líquido de 447 milhões de euros (aproximadamente R$ 2,73 bilhões) entre abril a junho, baixa de 3,3% na comparação interanual. Por outro lado, no primeiro semestre, o lucro totalizou 979 milhões de euros (R$ 5,99 bilhões), avançando 28,9% ante o mesmo período do ano passado.

No segundo trimestre, a receita teve alta de 1,2%, somando 10,25 bilhões de euros (R$ 62,72 bilhões). O faturamento foi impulsionado pela receita de serviços, que cresceu 2,2%. O B2C, responsável por 61% das vendas, registrou expansão interanual de 1,8%, totalizando 6,21 bilhões de euros (R$ 38 bilhões).

Já o B2B, divisão que representa 22% da receita da Telefónica em todo o mundo, acelerou o crescimento para 4,9% no período de abril a junho, na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. O faturamento de 2,23 bilhões de euros (R$ 13,64 bilhões) foi puxado por todas as operadoras que compõem o grupo.

As operações de atacado e negócios parceiros (18% da receita) tiveram queda interanual de 5%, gerando um faturamento de 1,8 bilhão de euros (R$ 11 bilhões). As baixas foram sentidas principalmente na Espanha e na Alemanha.

No período de abril a junho, com apoio de todas as subsidiárias, a Telefónica registrou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de 3,22 bilhões de euros (R$ 19,7 bilhões), alta de 1,8% ante o mesmo intervalo do ano anterior. A margem subiu 0,2 ponto percentual na comparação interanual, chegando a 31,4%.

O capex, excluindo espectro, teve queda de 8,9%, somando 1,24 bilhão de euros (R$ 7,59 bilhões). Os investimentos caíram em todos os territórios em que a multinacional atua, em função de “um cronograma diferente” no segundo trimestre, indicou a companhia.

A Telefónica encerrou junho de 2024 com uma dívida financeira líquida de 29,24 bilhões de euros (R$ 178,9 bilhões). No segundo trimestre, o endividamento teve um incremento de 758 milhões de euros (R$ 4,63 bilhões) devido “à remuneração dos acionistas e aos investimentos financeiros”, em especial os feitos para aquisição de ações da Telefónica Alemanha.

Vivo puxa as receitas do grupo

Conforme o balanço da holding, a Vivo foi, mais uma vez, a principal responsável pelo aumento das receitas da companhia. Em euros, as vendas da Vivo cresceram 3,3% no segundo trimestre – houve desaceleração por causa da depreciação do real –, representando 24% do faturamento do grupo, ficando atrás somente da Telefónica Espanha.

Inclusive, além do Brasil, as receitas só avançaram no país natal da companhia (1%) e no Reino Unido (0,6%), onde divide por igual a operação da joint venture Virgin Media O2 (VMO2) com a Liberty Global. Nos demais mercados, o faturamento da holding ficou estável na Alemanha e teve ligeira oscilação negativa (-0,1) na América Hispânica (Chile, Peru, Colômbia, México e Argentina).

Negócios

No balanço financeiro, a Telefónica informou que lançou, durante o segundo trimestre, o “Projeto de Observabilidade de Rede & TI” em todas as suas operações, a fim de garantir a implementação de processos com capacidades preditivas habilitadas por Inteligência Artificial (IA).

A companhia também destacou que firmou um Memorando de Entendimento (MoU, na sigla em inglês) não vinculante com a Millicom para uma possível venda de sua operação na Colômbia. Na Espanha, celebrou um MoU vinculante com a Vodafone Espanha, agora sob controle da Zegona, para fundar uma empresa de fibra óptica.

Também indicou que os planos para lançar uma subsidiária de rede fixa, operação chamada de NetCo, no Reino Unido devem se concretizar no primeiro semestre de 2025.

A multinacional ainda ressaltou que tem avançado com a “Anatel e outros organismos no Brasil para migrar o modelo de concessão [de telefonia fixa] para autorização”.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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