Telefónica cobra mudanças na regulação do setor, no mundo
O presidente do grupo espanhol Telefónica, César Alierta, abriu na manha desta segunda-feira, 22, o MWC 2016, congresso mundial de telefonia móvel, que acontecem em Barcelona, na Espanha. E em sua fala não poupou elogios ao papel das operadoras no desenvolvimento da economia, enquanto alfinetou as provedoras de conteúdo over-the-top e os reguladores do setor.
Segundo ele, as leis para o setor de telecomunicações precisa mudar, em todo o mundo. “A regulação atual tem que mudar para cumpri com a premissa do ambiente digital: mesmo serviço, mesmas regras, mesma proteção”, disse. A isonomia de tratamento entre teles e OTTs é demanda antiga das empresa de telecomunicações, que criticam a sujeição a regimes público que estabelece o controle de tarifas, metas de cobertura, entre outras obrigações.
Impacto econômico
Alierta não poupou dados para demonstrar o impacto econômico da evolução digital. Segundo ele, a indústria digital, na qual insere as operadoras, é responsável por 20% do crescimento da economia nos últimos 20 anos. O executivo afirmou que um incremento de 10% na digitalização da economia aumenta o crescimento do PIB per capita de um país em 40%.
“Precisamos que as instituições, governos, sindicatos, empresas, reguladores e cidadãos percebam também este potencial do mundo digital”, falou. Para ele, todos estes atores terão consciência do impacto positivo da digitalização a partir da melhoria da educação. Ressaltou que 65% das crianças de hoje terão empregos ainda inexistentes. “Por essa razão é importante mudar o modelo educacional, aumentando a possibilidade de que os novos profissionais consigam um emprego”, vaticinou.
Transformação
O presidente da Telefónica chamou a atenção para uma revolução no conhecimento e no modo como as empresas se relacionam com os clientes. Falou que o crescimento dos dados é exponencial, e que a digitalização e o uso de big data transformarão os modelos produtivos, impulsionando a inovação.
As operadoras terão de rever seu papel neste cenário. Terão de manter uma relação “baseada na confiança e que proporcione ao usuário a visibilidade e o controle de sua vida digital, por que são as operadoras que garantem a privacidade e a segurança dos dados”, disse. Completou o argumento afirmando que as operadoras possuem dados dos clientes suficiente para conhecê-los melhor que quaisquer outras empresas. Com isso, finalizou, têm a oportunidade de erigir uma vantagem competitiva e reequilibrar a cadeia de valor do “ecossistema digital”. (Com assessoria de imprensa)