Grupo Telefónica registra queda nos lucros anuais

Apenas operações na Espanha e no Brasil cresceram em 2016. Para cá, executivos projetam continuidade de crescimento, especialmente em dados móveis e ultra banda larga.
José María Álvarez-Palette, presidente da Telefónica
José María Álvarez-Palette, presidente da Telefónica

O grupo espanhol Telefónica registrou em 2016 lucro líquido de € 2,36 bilhões (equivalente a R$ 7,66 bilhões), uma queda de 13,6% sobre 2015. A receita reportada caiu 5,2%, para € 52 bilhões. Apenas as operações da Espanha e do Brasil cresceram no período em faturamento. As demais (Alemanha, Reino Unido, Hispanoamérica) encolheram.

O OIBDA da empresa, que é o lucro operacional antes de amortizações, impostos e depreciações, cresceu 14,3%, para € 15,11 bilhões. Apenas na Espanha, essa rubrica evoluiu incríveis 91,2%, para € 4,46 bilhões. No Brasil, o OIBDA convertido em euros cresceu 3,9%, para € 3,7 bilhões. As duas operações são quase 66% do resultado total do grupo.

No mundo, a companhia gastou muito menos com investimentos. O Capex caiu 14,7% ano a ano, passando a ser € 8,9 bilhões em 2016. A redução tem ralação com menos compras de espectro, especialmente na Europa. No mundo, o grupo terminou o ano com 344,6 milhões de clientes, 272 milhões dos quais, móveis; 8,2 milhões em TV paga, e o restante em telefonia fixa e banda larga.

2017
A companhia afirma que vai reduzir um pouco mais os investimentos neste ano, que serão equivalentes a 16% das receitas – foram de 17% em 2016. A expectativa é melhorar o OIBDA em 1 ponto percentual. As receitas devem permanecer estáveis.

A companhia prevê aproveitar a queda da taxa de juros no Brasil para emitir aqui novos títulos de dívida, conforme afirmou o CFO do grupo, Ángel Vilá, durante conferência com analistas sobre os resultados.

O CEO mundial da Telefónica, José María Álvarez-Pallette, afirmou também que o país tem uma das operações mais sólidas do grupo. “Não temos nenhum indicativo de desaceleração de nossos negócios lá [Brasil]. Na verdade, estamos ampliando a cobertura LTE. Esperamos um crescimento de dois dígitos em dados móveis e em ultra banda larga no país [em 2017]”, afirmou.

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Rafael Bucco

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