Telecall será agregadora de MVNOs
A operadora regional Telecall prepara sua entrada na telefonia móvel. A empresa fluminense fechou ainda em 2018 contrato para funcionar como autorizada da Vivo. A licença da Anatel, avalizando o acordo, foi publicada em janeiro deste ano. Desde então, a empresa fluminense vem montando seu núcleo de rede na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
A nova operadora móvel vai funcionar como MVNO – operadora móvel virtual de rede – focada no mercado corporativo e projetada para atender sua atual carteira de 1,8 mil clientes. E será também uma MVNA – agregadora de operadoras móveis virtuais.
Pela segunda abordagem, empresas que queiram prestar serviço móvel virtual como credenciadas poderão contratar a Telecall. É o caso da Fluke, a primeira parceira, cuja operação se inicia em janeiro, pelas cidades paulistas com DDD 16.
Competição
Neste segmento de MVNAs, a Telecall vai enfrentar a concorrência de Surf Telecom e Movttel. A Surf é responsável pela operadora dos Correios, de igrejas, times de futebol, varejistas. A Movttel tem foco religioso, embora tenha também parceria com times de futebol.
“Nós escolhemos o modelo europeu de negócio. Na Europa, há países em que operadoras chegam a deter juntas 40% do mercado. Fazem isso atacando nichos bem definidos de mercado. Aqui pensamos em varejistas e buscamos como credenciadas empresas com modelo de negócio bem específico, como o da Fluke”, explica Bruno Ajuz, vice-presidente de marketing da Telecall.
Segundo ele, a Telecall não será apenas uma autorizada, mas a primeira full MVNO autorizada da Vivo. Significa que a empresa vai ter opções de serviços tanto pré-pagos, como pós-pagos – algo que as demais MVNAs, ao menos por enquanto, não oferecem. “Todas trabalham apenas com modelos de recargas, no pré-pago”, frisa Ajuz. Outro diferencias será a oferta de serviços de valor adicionado junto com os planos.
Ele não revela o investimento realizado. Afirma porém que o payback está previsto para acontecer em três anos.
Facebook e interconexão
A Telecall é uma empresa familiar, quem tem como sócios Cleber Ajuz (presidente do grupo), Allan Ajuz (CEO), além de Bruno Ajuz. Tem 120 funcionários, 700 km de fibra instalada no estado do Rio de Janeiro, onde atende o mercado corporativo com serviços de telecomunicações que iam, até aqui, da banda larga ao PABX.
A empresa existe desde 1998, quando nasceu para explorar o mercado dos cartões telefônicos internacionais de longa distância e da interconexão entre operadoras estrangeiras e brasileiras – segmento que ainda hoje é seu principal negócio.
Em 2018, a empresa ganhou a disputa por um contrato de fornecimento de fibra apagada para o Facebook no Brasil, com validade de 20 anos. Assumiu o compromisso de construir um anel óptico subterrâneo de 114 km do Rio de Janeiro até 2021, e fazer a manutenção até 2038. O anel óptico ficou pronto já em outubro deste ano.