Telebras quer atuar como integradora de soluções satelitais para governo

Além de integradora, a Telebras pode também ter mais presença nos órgãos públicos federais com o restante de sua infraestrutura, e busca parcerias com Serpro e Dataprev.

O presidente da Telebras, Frederico Siqueira Filho, disse hoje, 02, que quer transformar a estatal em uma integradora de soluções satelitais para os projetos de conectividade do Governo Federal.
Para isso, já começa a negociar com as demais empresas estrangeiras de satélite que possuem constelações que irradiam no Brasil.

Preferencialmente, explicou, irá buscar as empresas que têm satélites em órbita geoestacionária, pois é a expertise maior da Telebras, com o seu SGDC, mas nada impede que procure também a oferta das demais constelações, como as de órbita Leo e órbita baixa, como a que atua a Starlink.

Siqueira disse também que o GESAC – o programa de conectividade do Ministério das Comunicações – irá oferecer mais oito mil pontos de acesso, além dos 20 mil contratados, e já está migrando para a oferta de maiores velocidades que variam de 20 a 60 Mbps.

Além de integradora, a Telebras pode também ter mais presença nos órgãos públicos federais.  Siqueira começa a conversar com Dataprev e Serpro para que esses dois birôs estatais, que ganham maior protagonismo no governo Lula, passem a contar com a infraestrutura do data center da Telebras e seus serviços de nuvem, também para a prestação de serviço de TI.  A Telebras tem um data center com a certificação TIER IV, o primeiro no setor público brasileiro.

” A Telebras tem condição, sim, de colocar a sua infraestrutura à  disposição do governo. Poderá ser a provedora de infra de telecomunicações para a Administração Pública Fedeal. Temos 30 mil quilômetros de fibra e satélite com mais de 20 mil pontos conectados”, afirmou ele.

O protagonismo dos dois birôs foi um dos temas tratados no TechGov Fórum, realizado hoje em Brasília. Segundo o presidente do Serpro, Alexandre Amorim, portaria do Ministério da Gestão publicada no ano passado, que estabeleceu o modelo de contratação de software e de serviços de computação em nuvem do governo e que ainda gera muitas dúvidas no mercado privado, não indica que as duas empresas irão trabalhar sozinhas, até porque isso seria impossível.

” As empresas querem trabalhar de forma unida, mas com participação e diálogo com o mercado. Tem espaço para todos”, afirmou.

Gustavo Rabelo, CEO da EDS, assinalou, por sua vez, que entre os diferentes papeis que o Estado assume, não existe apenas o papel de comprador de tecnologia, mas também de indutor. “Os Estados sempre fizeram a classificação do que são dados críticos, de soberania nacional, com relevância necessária para que a política de Estado assegure essa classificação”, afirmou.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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