Taxa básica de juros é elevada a 10,75%

Justificativa do Copom para aumento de 0,25 p.p. na Selic foi o ambiente externo, caracterizado como desafiador, principalmente devido à inflexão do ciclo econômico nos Estados Unidos, e a inflação acima da meta no Brasil

Taxa básica de juros é elevada a 10,75%

O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central (BC), decidiu, por unanimidade, pelo aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.) da taxa básica de juros. Com isso, a Selic ficou definida em 10,75% ao ano.

O aumento decidido nesta quarta-feira, 18 de setembro, foi o primeiro desde agosto de 2020, quando a taxa passou de 13,25% para 13,75%. Depois de permanecer no mesmo patamar por um ano, o comitê começou a fazer cortes sucessivos à taxa. Ao todo, foram sete cortes e a Selic chegou a 10,5% em maio deste ano. Nas últimas duas reuniões, o Copom manteve o mesmo índice para os juros básicos.

Em comunicado sobre a decisão de aumentar a Selic, o Copom apontou o mercado externo, caracterizado como desafiador, principalmente, devido à inflexão do ciclo econômico nos Estados Unidos. De acordo com o órgão do BC, isso gera dúvidas sobre os ritmos de desaceleração, desinflação e a postura do Fed, o banco central americano.

Internamente, a justificativa do Copom recai sobre o dinamismo acima do esperado dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho.

“O cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista”, explicou o comitê em nota.

Quanto à expectativa sobre o patamar futuro da taxa, o Copom aponta que alterações para cima ou para baixo vão depender de alguns fatores.

“O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, observou o Copom.

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Redação DMI

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