Surf, que vai usar rede da TIM, já conta com duas MVNOs
Para atender aos seus compromissos com a Anatel, a Surf Telecom, uma operadora virtual que recebeu autorização para atuar como facilitadora de outras operadoras virtuais — por isso, a denominação de Mobile Virtual Network Enabler (MVNE) —, registrou, na semana passada no regulador, contrato com duas empresas interessadas em usar sua rede (que é da TIM) e sua licença. Suas primeiras MVNOs são um portal evangélico (do grupo Allways) e um serviço para jovens (Veek).
De acordo com Yon Moreira da Silva, presidente da MVNE, esses contratos são importantes para o lançamento do serviço, previsto para meados do ano, pois um dos objetivos da Surf é justamente esse: ser um facilitador para outras operadoras virtuais que não querem enfrentar os desafios regulatórios e técnicos impostos para montar o negócio. Com os contratos, a Surf, que inicia em abril os testes com os clientes, já garante usuários e tráfego para seu serviço, montado em cima da rede de telefonia celular da TIM.
As MVNOs da Surf vão comercializar seus chips com marca própria. Alberto Blanco, do Veek, diz que ainda está formatando o modelo de negócios. Mas tem definido seu público-alvo: jovens que nasceram a partir de 1995. Blanco, é CEO da Riot, uma agência digital que presta serviços para a Surf Telecom, e ex-diretor de marketing da Oi.
Rede própria
Paralelamente ao seu lançamento como MVNE – a Surf começa a operar por São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, mas oferecerá o serviço onde a TIM tiver sinal —, a nova empresa vai montar uma rede própria em São Paulo na tecnologia LTE categoria 5. No momento, está em fase final do fornecedor de tecnologia. “Vamos iniciar com uma rede de ponta, a primeira desse tipo a ser instalada na América Latina, com capacidade de download de 300 Mbps”, conta Yon, que espera ativar a primeira conexão de sua rede LTE até o final do ano.
Para dar esse passo, foi fundamental a Surf ter vencido o leilão de frequências da Anatel, realizado em dezembro do ano passado. Ela pagou um ágio de mais de 3.000% para adquirir o lote de frequência na banda C, faixa de 2.500 MHz, em TDD, com largura de 35 MHz. Seu lance foi de R$ 1,14 milhão. Segundo o CEO da Surf, em São Paulo a empresa começa a operar usando a rede da TIM e, depois que sua rede 4G estiver pronta, ela irá migrar seus clientes.