Sudeste tem o maior número de “desconectados” do país
A pesquisa TIC Domicílios 2015, feita pelo Cetic.br, braço de estudos do NIC.br, mostra que a desigualdade social está diretamente ligada ao acesso à internet. Mas, ao contrário do que se pode imaginar, são os estados mais ricos que concentram, também, a maior parcela da população desconectada em função de terem a maior população.
O estudo mostra que a proporção de domicílios com acesso ao computador (50%) e a de domicílios com acesso à Internet (51%) permaneceram estáveis em 2015, em relação a 2014. Ao todo, são 34,1 milhões de domicílios com acesso à rede, e 32,8 milhões desconectados, dos quais, 30 milhões são das classes C, D e E. Ao todo, há 102 milhões de usuários de internet no Brasil.
No Sudeste ficam 11,7 milhões dos lares desconectados, e 60% dos conectados. “A Região Sudeste tem tanto a maior proporção de domicílios conectados quanto a maior quantidade em números absolutos de domicílios desconectados, o que corrobora que, mesmo nos grandes centros urbanos, questões de infraestrutura e socioeconômicas influenciam fortemente a possibilidade de acesso. A pesquisa também aponta a presença do tablet como computador exclusivo nos domicílios de baixa renda, sugerindo que este dispositivo seria a alternativa mais barata”, diz Barbosa.
Os padrões de desigualdade socioeconômica e regional continuam visíveis. Nos domicílios da classe A, o acesso à internet encontra-se praticamente universalizado. Nas classes DE, apenas 16% dos lares estão conectados à internet, e na área rural esta proporção é de 22%, permanecendo muito abaixo dos 56% dos domicílios de áreas urbanas. Aproximadamente 30 milhões de casas das classes C e DE estão desconectados, o que representa quase a metade do total de domicílios brasileiros.
Conexão sem fio
Entre os domicílios conectados, 79% tinham WiFi em 2015, um crescimento de 13 pontos percentuais. No que diz respeito ao tipo de conexão utilizada pelos usuários de internet no celular, o acesso via WiFi (87%) ultrapassou o acesso via redes 3G e 4G (72%).
A pesquisa indica que a classe A usa mais a internet via 3G ou 4G no celular, com 94% das pessoas afirmando ter conectividade móvel, e 94%, WiFi. Nas classes B, C, D e E, o uso do WiFi é sempre superior. Na classe B, por exemplo, 93% das pessoas dizem usar o WiFi, enquanto 74% usa 3G ou 4G. Entre os mais pobres, a proporção é de 75% WiFi e 69% dados móveis.