S&P atribui rating “brA+” à Desktop com perspectiva estável
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) atribuiu o rating “brA+” à Desktop, com perspectiva estável. A classificação diz respeito ao rating de crédito para emissão de títulos de longo prazo.
Na avaliação, os analistas da agência indicaram que o provedor de serviços de internet (ISP) paulista tem “crescimento consistente de suas operações de acordo com oportunidades no setor”. Além disso, destacaram que a empresa ainda deve obter ganhos de sinergias das aquisições passadas, os quais devem contribuir para sustentar “a sólida rentabilidade da empresa”.
Para a S&P, o foco no serviço de banda larga fixa permite que o provedor mantenha margens acima da média do setor de telecomunicações.
Por outro lado, os analistas dizem que o escopo de atuação da empresa é limitado, citando a escala, a falta de diversificação geográfica (opera apenas no estado de São Paulo) e a oferta de serviços (bastante concentrada no mercado B2C de conectividade via fibra óptica).
A agência indicou que a “perspectiva estável reflete a nossa visão de que a empresa continuará expandindo suas operações por meio de crescimento orgânico e aquisições, mantendo sólida rentabilidade, com redução gradual da alavancagem”.
De acordo com a S&P, o patrocinador financeiro da Desktop, o fundo de private equity HIG Capital, “limita o potencial do perfil de risco financeiro da companhia”, em função da estratégia mais agressiva de crescimento com base em dívida e da pressão sobre o nível de liquidez.
No entanto, avalia que a injeção de capital de R$ 250 milhões em março do ano passado por parte do fundo no provedor “contribuiu para uma melhora importante em sua posição de liquidez após um período de aquisições”.
“Acreditamos que o perfil de liquidez da companhia poderá melhorar consideravelmente caso seja bem-sucedida em uma nova emissão de dívida, estendendo seu perfil de vencimentos”, diz a agência de rating.
Projeções
A S&P indicou que pode rebaixar o rating da Desktop no intervalo de 12 a 18 meses. Isso pode ocorrer caso a empresa adote uma estratégia mais agressiva de crescimento financiado por dívida, sem geração de caixa e margens crescentes. No limite, a opção elevaria significativamente a alavancagem do provedor.
A agência sinalizou que uma eventual elevação do rating do ISP, no mesmo período, “é improvável”, por causa da limitação do perfil de risco financeiro. De todo modo, a nota pode ser melhorada caso a empresa aumente a escala mais rapidamente do que os concorrentes, enquanto sustenta margens acima da média da indústria.
Em termos de indicadores, a S&P projeta que a Desktop siga avançando em receitas, alcançando cifras de R$ 1,2 bilhão neste ano, R$ 1,4 bilhão em 2025 e R$ 1,6 bilhão em 2026.
A rentabilidade também tem perspectiva positiva. A margem EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve ficar em 51,6% em 2024, crescendo gradualmente para 52% e 53% nos próximos anos.
As projeções ainda apontam redução contínua do índice de dívida bruta ajustada sobre EBITDA: 3,0x em 2024, 2,5x em 2025 e 2,0x em 2026.