Smartphones puxam a recuperação do varejo

Os dispositivos de telecomunicações continuam a ganhar espaço dentro das lojas, e já representam 43% das vendas de bens duráveis no varejo. Estudo da consultoria GfK indica que tendência deve se manter neste ano. No mercado de TVs, apagão analógico elevou vendas dos modelos digitais de entrada. Setor de informática também se recupera.

apps ios smartphone iphone 5Os telefones celulares se tornaram os campeões de venda e de geração de receita do varejo brasileiro, já não é de hoje. E a tendência se mantém firme. Nos primeiros cinco meses deste ano, 43% do faturamento das lojas veio dos produtos de telecomunicações, um crescimento de 4 p.p. em relação ao mesmo período de 2016.

A linha branca representou 23%, perdendo 2 p.p. em um ano. A linha marrom se manteve estável com 18%. Informática e eletroportáteis também ficaram com vendas estáveis em 8% na receita total do mercado de bens duráveis, cada.

Os dados foram levantados pela consultoria GfK, que lançou hoje, 18, um relatório preliminar sobre o desempenho do setor de bens duráveis no Brasil.

Smartphones

O estudo indica que no período de janeiro a maio as vendas de celulares cresceram 21%. Nenhum outro segmento de bens duráveis cresceu tanto. Em linha branca o resultado foi nulo. Na linha marrom, negativo em 6%. Em informática, em 3%. Eletroportáteis cresceu 12%. Os bens duráveis como um todo, 10%.

O desempenho selou a reversão da tendência de queda registrada nos últimos dois anos no segmento de smartphones. Ano passado atingiu-se o fundo do poço, quando no primeiro trimestre as vendas caíram 34%.

Agora o fundo do poço ficou para trás, garante Rui Agapito, da GfK. O executivo lembra que o tombo foi grande, e ainda será preciso crescer ano que vem para recuperar o mercado. Mas os dados de agora são um alento. E têm razão de ser: eles vêm na esteira da expansão das redes LTE.

“O aumento das vendas aconteceu principalmente entre os aparelhos com tecnologia 4G. Três quartos dos smartphones vendidos são do tipo”, explica Agapito.

A procura também melhorou em função do amadurecimento do consumidor brasileiro, que não está mais na onda de ter o primeiro smartphone, mas de substituir um aparelho de entrada por algo mais sofisticado. O preço médio do aparelho passou de R$ 891 para R$ 901 nos últimos doze meses.

Isso fez o ticket médio aumentar, ao mesmo tempo em que novas tecnologias ficaram mais baratas. O que contribui para ampliação do segmento dos telefones intermediários. Segundo Agapito, além do 4G, já se tornam padrão nas configurações dos aparelhos armazenamento com 32 GB e câmera traseira de mais de 12 MP de resolução.

TVs

Diferentemente de outras consultorias, os números reunidos pela GfK se baseiam em auditorias feitas nas lojas. São as vendas feitas diretamente ao consumidor final. Estes dados fazem um raio-x de diversas categorias de produtos, inclusive das TVs.

Neste segmento, percebe-se que as smarTVs se tornaram o padrão. Já correspondem a 64% das vendas de televisores no país neste ano, ante 50% nos cinco primeiros meses de 2016. Disso, 55% são HD, 36%, Full HD, e 9% Ultra HD (4K). Em um ano, as vendas de modelos Full HD caíram, e aumentaram as de modelos HD.

“O apagão analógico ampliou as vendas do mercado de entrada, de aparelhos até 32 polegadas. Acredito que a liberação do FGTS também tenha contribuído, mas não temos algo concreto que comprove isso”, ressalta Agapito.

As vendas de TVs até 32 polegadas passaram de 44% do total, para 56% em um ano. E entre as smartvs, de 31% para 45%.

Informática

Os dados também são positivos para o setor de informática. Segmento que apresentava encolhimento há três anos, finalmente esboçou uma reação no começo deste ano. O faturamento cresceu 13% nos primeiros cinco meses, o número de unidades vendidas aumentou 14%.

Mas, diferente do que se viu com as TVs, os PCs mais simples perderam mercado, em favor do modelos mais avançados e conversíveis. Até mesmo as vendas de desktops voltou a aumentar. Segundo a GfK, 40% das unidades vendidas eram de entrada. E, enquanto as vendas de notebooks cresceu 14%, a dos conversíveis aumentou 66%. O motivo é a queda nos preços, iniciada em novembro de 2016.

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Rafael Bucco

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