“Setor precisa mostrar que é essencial”, afirma diretor da V.tal
O diretor de marketing da operadora de rede neutra V.tal, Rafael Marquez, defendeu hoje, 21, no INOVAtic NE, que o setor de provimento de internet trabalhe pela valorização do serviço, a fim de mostrar ao público a essencialidade das conexões de internet.
“O mercado final tem que valorizar cada vez mais esse serviço. Em apenas alguns minutos sem internet, uma empresa perde cliente, um aluno perde aula. Então temos que mostrar que é essencial e destacar isso para remunerar a cadeia: provedor, estrutura, fornecedores”, defendeu.
O executivo comentava o desafio de as empresas do setor precisarem reajustar preços em linha com a inflação devido à estrutura de custos se elevar na mesma medida, inclusive no caso de contratação de redes neutras.
No curto e médio prazo, Marquez vê como alternativa para compensar os reajustes inflacionários a desoneração tributária e de custos com obtenção de licenças junto a órgãos públicos.
“Tem uma discussão importante que é desoneração de impostos do setor, dos direitos de passagem e do uso de postes para conseguirmos que a operação seja rentável para todo mundo e ainda caiba no bolso do consumidor. Mas acho que não há muito futuro em considerar que o cliente vai pagar cada vez menos para consumir muito mais banda sempre”, opinou.
V.tal e os provedores
Marquez apresentou no INOVAtic um pouco mais dos negócios da V.tal e sua busca por clientes entre ISPs. A empresa já firmou 50 contratos com provedores que vão usar a rede de 400 mil km de fibra óptica para expandir o potencial de atuação. Destes, 25 projetos já estão ativos. Entre as empresas que firmaram acordo estão Axxel, SoftX, Siga Banda Larga, Easy Telecom.
No Nordeste, contou, a rede da V.tal chega a 47 cidades e passa diante de 3 milhões de casas (HPs, no jargão do setor). Em todo o Brasil, a empresa tem fibra na última milha em 250 cidades, e backbone que atravessa 2.380 cidades. Cerca de 500 mil HPs são adicionados por mês, observou.
O diretor da V.tal ressaltou que o modelo de contrato para provedores parceiros determina pagamento apenas pelo uso por cliente final. Ou seja, é proporcional à base atingida.
Ele também explicou que há dois modelos possíveis de pactuação: um com a V.tal prestando o serviço na casa do cliente de instalação do modem, e outro em que o ISPs se encarrega disso, caso possua equipe própria.