Setor de telecom encolhe, enquanto TI não para de crescer

Daniel Gomes, da UM Telecom, mostrou com dados o tamanho da oportunidade que provedores e operadoras têm ao diversificar os negócios rumo ao segmento de TI

O COO da UM Telecom, Daniel Gomes, apresentou dados alarmantes sobre os desafios do mercado de telecomunicações. Com base em números do IBGE apresentados na última Pesquisa Mensal de Serviços, o conjunto dos provedores e operadoras vem perdendo receita ano a ano.

Ele mostrou a tabela acima, que aponta o encolhimento ano a ano, com base no mês. Os dados consolidados pela empresa mostram que o setor de telecomunicações registra retração há no mínimo sete meses seguidos, destoando dos demais serviços pesquisados pelo IBGE, em especial Tecnologia da Informação.

“No setor de TI acontece exatamente o inverso. São números de crescimento bem significativos. Enquanto telecom cai 10% num mês, TI cresce 20%. E são áreas muito próximas”, observou.

O motivo, apontou Gomes, é a queda constante e meteórica do preço do megabyte trafegado. Entre 2017 e 2022, o preço despencou 90%, tornando mais difícil a monetização pelo provedor de internet. Ao mesmo tempo, enfatizou ele, as empresas do setor continuam obrigadas a investir muito capital para manter o serviço em expansão.

Ele também demonstrou a evolução, a trancos e barrancos, das receitas das empresas de telecom entre 2010 e 2019. O setor de TI, por sua vez, navegou por mar azul e só cresceu no período, alcançando o faturamento de telecom.

Em resumo, provedores e operadoras cresceram 25% em receita, enquanto a inflação do período de 10 anos foi de 179%. Já o setor de TI cresceu 300%, muito acima da inflação. “Hoje, 2022, TI já passou com folga o setor de telecom”, observou.

Com base neste contexto, Gomes recomenda que os provedores e operadores busquem diversificar a geração de receitas, agregando serviços além daqueles de conectividade. Ele deu como exemplo a própria UM Telecom, que passou a vender serviços de nuvem.

Segundo ele, não é preciso temer gigantes de mercado. “Se assim fosse, os provedores não teriam conquistado o mercado que conquistaram em relação às grandes operadoras”, afirmou. Ele diz que há serviços personalizados que os provedores podem rentabilizar por oferecerem diretamente ao cliente final, sem recorrer a intermediários, como backup e segurança. E mesmo no caso de revenda de serviços de TI, o provedor amplia a receita com negócios além de telecom.

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Rafael Bucco

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