SES lança novo satélite de alta capacidade na sexta, 22

Artefato SES-17 vai cobrir as Américas, incluindo Brasil, e o Atlântico Norte. Terá mais de 400 Gbps de capacidade e exigiu investimentos acima de US$ 500 milhões da operadora. Focos serão setores de aviação, telefonia móvel e governamental.
Satélite SES-17 na base da Arianespace, na Guiana Francesa
Satélite SES-17 na base da Arianespace, na Guiana Francesa

A operadora de satélites SES lança na próxima sexta, 22, o satélite SES-17. O equipamento ficará em órbita geoestacionária e ocupará a posição de 67,1º Leste. Um dos maiores do gênero no mundo, pesa nada menos que 6,4 toneladas.

Terá capacidade variável de 250 Gbps a 400 Gbps, conforme a quantidade de feixes utilizados simultaneamente. São 200 feixes Ka direcionáveis, com até 2 Gbps de capacidade, cada.

Desenvolvido desde 2016, o projeto custou US$ 500 milhões à companhia – entre construção, lançamento, marketing e vendas. Investimento este que terá reflexos sobre o Brasil.

O satélite vai cobrir todo o território nacional com banda Ka. Cobre também todas as Américas e o Atlântico Norte. Já será lançado com um cliente âncora, a Thales Inflyt Experience, que vai comercializar serviços de conectividade voltados ao setor de aviação.

A previsão das empresas é que a demanda por dados por parte dos aviões na América Latina decole e cresça dos atuais 3,1 Gbps para 46,7 Gbps em 2030. E de 27,9 Gbps na América do Norte para 253,5 Gbps.

Atendimento a operadoras móveis

Segundo Omar Trujillo, diretor de vendas para as Américas da SES, a ideia é também vender capacidade para operadoras locais de telecomunicações reforçarem seu backhaul 4G e 5G. “Entendemos que o satélite pode ser de grande utilidade no atendimento dos compromissos de cobertura de rodovias e de escolas públicas [previstos no próximo leilão da Anatel”, comentou o executivo.

Ele também prevê contratações por parte de governos para atendimento a programas de inclusão digital, e setores marítimo e de energia.

O satélite terá no começo seis estações terrenas espalhadas pela região. Nenhuma no Brasil ainda. Conforme Ruy

Pinto, CTO da companhia, diz que a ideia é implantar uma estação para acessá-lo a partir de Hortolândia, no interior de São Paulo – ou outro local. “A equipe ainda analisa as opções”, ressaltou a jornalistas na manhã desta terça-feira, 19.

O lançamento será feito pela Ariane Space a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa. Será utilizado o veículo de transporte Ariane 5.

Parceria com Microsoft e outros gigantes da nuvem

O SES-17 começa a operar comercialmente em meados de 2022 e fará parte da constelação de alta transmissão de dados integrada à rede de órbita média da O3B. Esta, por sua vez, começa a operar no final de 2022. A rede satelital da empresa vai utilizar em terra data centers da Microsoft. As empresas deram as mãos, inclusive, na construção de estações terrenas. A SES está colocando antenas para transmissão direta junto aos data centers das gigantes digitais, em todo o mundo.

A SES negocia modelo semelhante com outros provedores globais de serviços em nuvem, entre os quais estão AWS e Google.

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Rafael Bucco

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