Segunda fase do Digitaliza Brasil criou 5 mil novos canais digitais de TV

Segundo Luis Renato Giffoni, da Anatel, mais de 1,5 mil novos municípios pequenos foram atendidos pela segunda fase do programa, que incluiu ainda as retransmissoras da EBC e das TVs do Legislativo e Judiciário.
Programa Digitaliza Brasil está prestes a ser concluído, diz Luis Renato Giffoni, da Anatel.
Luis Renato Giffoni, da Anatel, diz que foram atendidos, na segunda fase, outros 1,5 mil municípios do interior do país. Foto: Três Produtora

Belém – O programa Digitaliza Brasil, que foi iniciado em 2014, com a limpeza da faixa de 700 MHz para o ingresso da tecnologia 4G no país e a consequente migração dos canais analógicos para a TV digital, concluirá o processo até o final do ano. Na segunda fase do projeto, com a sobra  R$ 1,4 bilhão, estão sendo aplicados mais de R$ 700 milhões para a digitalização das retransmissoras de TV em todo o país. Segundo Luis Renato Giffoni,  coordenador de Processo de Administração de Planos Básicos de Radiodifusão da Anatel os recursos foram suficientes para levar os sinais digitais para as retransmissoras de TV para 1,563 mil municípios com menos de 50 mil habitantes que só tinham transmissões analógicas. Para essa migração a agência criou cinco mil novos canais digitais. ¨É caso único no mundo¨, afirmou. Giffoini participa da INOVAtic Pará, evento  promovido pelo Tele.Síntese que tem como curador Juarez Quadros, ex-ministro das Comunicações e atual presidente do conselho da FITec.

Conforme Giffoni, foram criados novos critérios durante essa segunda fase, de compartilhamento das estações, que permitiram, inclusive, inclusão de duas novas categorias de retransmissoras de TV (as TVROs). Foram viabilizados canais para a EBC  e para as demais emissoras não comerciais, como as TVs Culturas estaduais e os canais do Legislativo e Judiciário. ¨Esses canais foram viabilizados na frequência de VHF¨, explicou.

Segundo Carlos Saldanha, CFO da EAD-Seja Digital,  empresa criada durante o leilão do 4G para operacionalizar as obrigações da limpeza da faixa e digitalização das TVs,  os recursos que sobraram foram destinados para dois programas, conforme as diretrizes do governo: a construção da infovia 01, que integra o programa Norte Conectado, e que liga as cidades de Santarém, no Pará, a Manaus, no Amazonas, interligando 11 municípios, e o programa Digitaliza Brasil, que está prestes a ser concluído. Em entrevista ao Tele.Síntese, o conselheiro da Anatel, Moisés Moreira diz que ainda vai sobrar dinheiro, mas que os recursos serão destinados ao Tesouro Nacional.

TV 3.0

Mas se essa fase está quase concluída – conforme a política do governo, os sinais analógicos de TV deverão ser desligados até o final deste ano – o Ministério das Comunicações e o setor de radiodifusão já prepara o terreno para a chegada da nova tecnologia da TV aberta, a TV 3.0. Conforme Thiago Aguiar Soares,  coordenador-geral de Inovação, Regulamentação e Sistemas na Secretaria de Comunicação Social Eletrônica do MCom, até o final de 2024, o governo terá escolhido o novo padrão de transmissão da TV 3.0. Atualmente, o Brasil adota o padrão japonês na transmissão digital da TV.

Alguns requisitos foram estabelecidos para a migração para esse novo padrão. O primeiro deles é que deverá ser oferecida uma melhor imagem. ¨Hoje, já existem aparelhos de TV que conseguem captar sinais em 4K, mas as TVs abertas não conseguem ainda transmitir em 4K¨, assinalou Soares. A TV 3.0 deverá conter ainda áudio imersivo, segregação geográfica, oferecer mobilidade e plataforma que mescle as transmissões pela radiofrequência e também pelo streaming.

INOVAtic Pará continua nessa sexta-feira. Veja aqui a programação.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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