Hospitais brasileiros ainda buscam soluções de TIC para reduzir custos operacionais, diz Frost & Sullivan

Conforme pesquisa da consultoria, 95% dos hospitais buscam soluções de TICS para reduzir custo operacional e 48% querem novas tecnologias para gerir recebíveis.

20-Wireless-Mundi-Momento-Editorial-17-Abril-2018-photo-robson-regato-017Recente pesquisa realizada pela consultoria Frost & Sullivan  junto às instituições de saúde brasileiras apurou que a principal demanda por tecnologias de informação está voltada para a gestão de processos. ” O Brasil ainda está no básico do básico”, afirmou Rita Ragazzi, líder de healthcare da empresa, no Wireless Mundi, promovido pela Momento Editorial, que debate hoje, 17, o impacto das tecnologias digitais na saúde pública. Conforme a pesquisa realizada no ano passado com os diretores de TI dos hospitais, a redução dos custos operacionais recebeu 95% de preferência, enquanto a gestão de recebíveis é o segundo maior motivador de investimentos de TI, com 48% das razões apontadas pelos gestores hospitalares. Para 90% deles, ainda há muitas dificuldades de se justificar o ROI (Retorno do Investimento) na aquisição de novas tecnologias.

Mesma pesquisa realizada nos Estados Unidos, Europa e Ásia em 2016 aponta diferentes prioridades, informou ela. As instituições de saúde nessas regiões estão buscando as TICs para melhorar a produtividade operacional – com 43% das respostas- ou o  planejamento estratégico, que ficou em segundo lugar, com 39% das respostas. No Brasil, apenas 8% da área de saúde pensa em usar as novas tecnologias para o planejamento estratégico.

Conforme Rita, o mundo vivencia atualmente dois movimentos dos vendors. Um voltado para o consumidor final, com foco no B2C, e outro para o profissional da saúde. As soluções para o consumidor final, admitiu,  são implementadas mais rapidamente (caso de  wearable), são pulverizada, menos reguladas e dominadas hoje por players que não são da área de saúde (como Amazon ou Alibaba). Já as soluções para os profissionais do setor são de lenta adoção e muito heterogêneas.

“Há ainda imenso gap de modelos de negócios inovadores e sustentáveis que favoreçam a adoção de dispositivos de IoT no segmento”, afirmou. Mas Rita observou que o movimento é irreversível e que ele levará a promoção à saúde para as comunidades, residências e como iniciativa do próprio indivíduo.

Equipe

Outra pesquisa, feita pela Cisco, apurou que, de cinco  proposta de soluções inovadoras para o segmento (conhecimento colaborativo, jornada de experiência do paciente, gestão de recursos no quarto, capacitação de equipe, e interoperabilidade e segurança) o Brasil também se diferencia de outros países. Aqui, disse Ricardo Santos, a prioridade no uso de TICS  é para o desenvolvimento de equipes, enquanto a expectativa era de que seriam buscadas soluções para resolver a experiência do paciente (como plataformas para diminuir o tempo de espera por uma consulta, o tempo de espera em uma fila, etc.)

SUS

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E a adoção de tecnologias inovadoras no Sistema Único de Saúde (SUS) é ainda desafio maior. Conforme Marizélia Moreira, assessora técnica do Conselho Nacional de Secretarias Municipais (Conasems), o SUS está focado na implementação do Registro Eletrônico de Saúde (RES). A digitalização do prontuário do paciente é uma das iniciativas que vai permitir aos sistema público avançar na transformação digital.

O Ministério da Saúde também lançou recentemente, disse Marizélia, consulta pública com regras ao acesso à base de dados da saúde pública, que tem como elementos estruturante a identificação do indivíduo, do profissional, do serviço de saúde e do território. “Um dos objetivos estratégicos é reduzir a fragmentação das iniciativas do SUS”, afirmou.

 

 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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