Satélites LEO desligados deverão sair da órbita em apenas 5 anos, propõe FCC

Regra atual da FCC dá 25 anos de prazo para retirada do espaço de satélites LEO desligados. Colegiado ainda precisa aprovar a norma.

Ilustração com planetas desenhados, satélites, cometas, naves espaciais

A presidente da FCC, Jessica Rosenworcel, divulgou na sexta-feira, 9, um plano para reduzir a quantidade de lixo espacial originário de satélites de órbita baixa (LEO) circulando a Terra.

Ela propõe que satélites desativado ao fim da vida útil sejam retirado do espaço em no máximo cinco anos. O prazo é uma fração do limite atual, de 25 anos, e deverá ter reflexos nos custos das operadoras.

Pela minuta atual da norma, satélites que já estão no espaço serão retirados de órbita ainda dentro do prazo de 25 anos. Quem tem autorização para lançar novos satélites, mas ainda não o fez, tem até setembro de 2024 para agir. Depois de então, todos os equipamentos terão de obedecer à nova regra – caso seja aprovada pelo conselho diretor da FCC, uma vez que a votação acontece em 29 de setembro. A FCC é formada por cinco conselheiros, tem apenas quatro assentos ocupados no momento, dois com nomes apoiados pelo partido Democrata, e dois do partido Republicano.

“Desde 1957, a humanidade colocou milhares de satélites nos céus, na maioria das vezes com o entendimento de que é mais barato abandoná-los do que tirá-los de órbita. Estes satélites podem ficar por anos em órbita, poluindo nossos já lotados céus com lixo espacial e aumentando o risco de colisões que podem arruinar os satélites que estão em uso”, afirmou Rosenworcel.

Segundo ela, não existe nenhuma razão para o limite de 25 anos para as empresas recolherem os satélites desligados. “Por isso proponho um prazo de não mais que cinco anos. Isso vai significar mais responsabilidade, menor risco de colisões e, portanto, de destroços”, acrescentou.

A vida útil do satélite é determinada no momento do pedido de autorização da empresa para o lançamento, feito à FCC. As empresas poderão pedir prorrogações ano a ano para tirar os equipamentos desativados da órbita – estas serão sempre analisadas pelo colegiado.

Atualmente existem 4,8 mil satélites na órbita do planeta. Segundo Rosenworcel, cada satélite desligado coloca em risco US$ 279 bilhões em outros artefatos e serviços que dependem dos equipamentos funcionais.

Ela também explica que a vida útil média estimada dos satélites LEO é de cinco anos. Significa que em 25 anos, ficariam sem controle por 135 mil rotações em torno da Terra, podendo ainda atingir 800 foguetes lançados ao longo do tempo para colocação de outros satélites no espaço. “Este número pode ser maior no futuro, à medida que a economia dos satélites LEO se aquece”, acrescenta.

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Da Redação

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