Satélites alertam que leilão da 5G pode ficar vazio

Representantes das empresas de satélites cobram mais prazo para discutir detalhes da licitação sob pena de não atrair competidores.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) corre o risco de realizar um “leilão vazio” se insistir na ideia de realizar a licitação ainda neste ano a licitação das frequências para a operação da tecnologia móvel de quinta geração, 5G. O alerta foi manisfestado por representantes do setor de satélites durante live da série “Tudo sobre 5G”, promovida pelo Tele. Síntese. Eles são favoráveis ao adiamento do leilão para 2021 por conta do pouco tempo para resolver vários problemas, como a migração da banda C, além da crise causada pela pandemia.

“O processo de licitação do 5G, se feito hoje ou nos próximos meses, fica vazio, porque as consequências dessa crise da Covid-19 são consequências graves e ainda desconhecidas”, lembrou Luiz Otávio Prates, presidente do SindiSat, o Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações por Satélite. Citou que na primeira live da série o próprio presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, reconheceu a dificuldade em definir um cronograma.

Segundo o executivo, as empresas de satélites estão trabalhando com as operadoras de telecomunicações para traçar cenários, juntamente com a consultoria encarregada de avaliar as indenizações devidas às associadas do SindiSat.

“A gente sempre considerou que o prazo é muito curto para a gente estudar essa migração. E também os efeitos dessa interferência na banda C nessa faixa. Solicitamos a prorrogação dos prazos, não fomos atendidos. Houve prorrogação de 15 dias, mas a gente sempre achou que esse prazo deveria ser estendido por um tempo maior”, lembrou, acrescentando que a situação ficou mais grave por conta da pandemia.

“Essa crise da Covid trouxe uma série de dificuldades, não só para o setor de satélites, mas a todo o setor de telecomunicações e para todo o Brasil. Com isso, a gente chegou a pedir a suspensão temporária do processo de licitação do 5G, de forma que a gente pudesse estudar adequadamente. Em paralelo, a própria Anatel também interrompeu os testes. Foi mais uma razão”, enumerou, lamentando que a entidade teve seus pedidos rejeitados pela Anatel.

 

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Abnor Gondim

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