SAS aposta em ferramentas de análise de crédito e prevenção à fraude para crescer no Brasil
O SAS quer aproveitar a expansão da adoção de analytics nas empresas brasileiras para oferecer aplicações ainda mais específicas. A empresa busca disseminar por vários setores da economia uma ferramenta que aprimora avaliações de risco de crédito.
Para isso, a estratégia envolve pegar carona em uma determinação do Conselho Monetário Nacional (CMN) que obriga as instituições financeiras a estimar o risco de crédito com variáveis que não eram exigidas no cálculo anteriormente. A Resolução CMN 4.966/2021 entra em vigor em 2025.
Nesse sentido, o SAS, por meio da plataforma SAS Viya, trouxe para o mercado brasileiro a ferramenta Credit Origination, a qual permite que a empresa obtenha o score do cliente em tempo real.
Segundo o gerente de soluções do SAS para a América Latina, Thiago Escrivão, a aplicação utiliza machine learning e Inteligência Artificial (IA) para ler todos os dados necessários. Com o aumento da exigência de análise, os analistas de modelo, sem a ferramenta, tendem a ficar sobrecarregados.
Na prática, a solução deve permitir que as instituições financeiras sejam mais assertivas no momento da concessão de crédito e, por consequência, reduzam suas taxas de inadimplência.
“Quando o cliente bate na porta do banco, se o meu modelo é melhor do que o do concorrente, já sei se devo ou não rejeitá-lo antes do outro banco”, explicou Escrivão, em conversa com o DMI durante o evento Febraban Tech, realizado na semana passada, em São Paulo. “O meu modelo rodou e descobriu que o cliente é bom. Então, o aceito com um spread mais correto”, complementou.
O objetivo da aplicação é tornar o processo de avaliação de crédito mais rápido e eficaz. Além dos bancos, o SAS indica que telecomunicações e varejo estão entre os setores que mais demandam soluções com essa finalidade.
Prevenção
Paralelamente à ferramenta de concessão de crédito, a empresa desponta com uma solução de prevenção à lavagem de dinheiro. O mecanismo, bastante utilizado pelo setor público, contribui para evitar que empresas incluam operações fraudulentas em suas carteiras de clientes.
Ricardo Saponara, consultor de Inteligência de Segurança e Fraude do SAS para Américas, aponta que, ao analisar o score do cliente e das instituições com as quais ele mantém relacionamento, a aplicação consegue realizar em minutos uma avaliação que poderia levar um dia inteiro.
De acordo com o executivo, o sistema se abastece de dados de diversas fontes, o que ajuda as empresas a obterem informações externas sobre os potenciais clientes.
“Por mais que um procedimento não tenha muita suspeita ou não viole nenhuma regra, o fato de ele [cliente] estar inserido em uma rede suspeita, de ele ser suspeito ou estar se relacionando com alguém suspeito transforma aquela transação numa operação suspeita. E a empresa consegue saber disso no momento em que faz a análise”, destaca Saponara.