Samsung prepara expansão global da unidade de infraestrutura

Samsung prevê um 2019 com vendas estagnadas em smartphones e componentes, mas enxerga oportunidade em redes.

A Samsung pretende aumentar as apostas no mercado de infraestrutura de redes 5G, hoje dominado por Ericsson, Huawei e Nokia. Em comunicado, a companhia sul-coreana afirma que neste ano serão ativadas redes 5G na Coreia do Sul e nos Estados Unidos equipadas com suas células. E avisa que está aumentando investimentos nestes países a fim de preparar terremo para uma expansão mundial.

“Neste ano, a Samsung vai ampliar o fornecimento de equipamentos para os primeiros mercados 5G na Coreia do Sul e nos Estados Unidos, estabelecendo as bases para um crescimento global”, diz em comunicado.

A entrada em novas frentes faz sentido na medida em que o mercado de smartphones amadurece e as vendas andam de lado. Nesta semana, as consultorias Canalys, IDC e Strategy Analytics divulgaram relatórios nos quais apontam para a estagnação ou retração das vendas totais de smartphones no mundo em 2018. Conforme a Strategy Analytics, foi a primeira vez, desde 2007 – quando iPhone inaugurou a categoria – que houve queda nas vendas no segmento em cinco trimestres seguidos.

Com menos celulares vendidos, também os componentes para celulares feitos pela Samsung, tais como chips de memórias, saem menos. A unidade de semicondutores da empresa apresentou desempenho inferior em 2018, em função da queda nas vendas a OEMs.

Também há a oportunidade que se abre com os problemas enfrentados pela Huawei, fabricante chinesa de infraestrutura acusada em diferentes países de práticas ilegais, entre as quais, espionagem. Sob tais argumentos, EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia já baniram total ou parcialmente a empresa de seus mercados, e operadoras de Reino Unido, Japão, França e Alemanha já desistiram de usar seus equipamentos nas futuras redes 5G.

Balanço de 2018

Os resultados da Samsung em 2018, divulgados hoje, apontam queda de 11% nas receitas com dispositivos móveis no quarto trimestre de 2018, faturando o equivalente a US$ 19,8 bilhões. Nos 12 meses do ano, a receita caiu 7%, para US$ 86,7 bilhões. Houve, no entanto, expansão na venda de equipamentos para redes 5G e LTE da divisão de redes da companhia, compensando em parte o encolhimento da área de celulares.

A companhia como um todo registrou queda de 39% no lucro operacional no 4º trimestre, para US$ 7,6 bilhões, após uma queda de receita geral de 10,2%, para US$ 53,3 bilhões.

O que esperar em 2019

Para 2019, a Samsung prevê dificuldades. A empresa avalia que o segmento de componentes continuará com vendas baixas no primeiro trimestre devido à sazonalidade, a incertezas macroeconômicas e ajustes de estoques por parte dos varejistas e fabricantes de celulares que compram os componentes. Apenas a demanda por chips de memória de 128 GB para aparelhos topo de linha seguirá forte.

No segmento de smartphones, espera-se uma pequena melhora no primeiro trimestre em função do lançamento do novo Galaxy S10 e da ativação comercial de redes 5G na Coreia do Sul, o que deve estimular as vendas do aparelho. Mas no ano como um todo, haverá estagnação das vendas, que devem repetir 2018.

A companhia afirma que vai focar investimentos para criar chipsets automotivos e especializados em inteligência artificial. Serão lançadas novas telas OLEDs, inclusive algumas dobráveis que serão usadas em smartphones da marca.

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Rafael Bucco

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