Retração na TV paga derruba lucro da AT&T no 4º tri

Resultado encolheu 47,3%, para US$ 2,7 bilhões, no período de outubro a dezembro, comparado com os mesmos meses de 2018

A operadora AT&T, maior em receita dos Estados Unidos e dona da Sky no Brasil, divulgou hoje, 29, o resultado financeiro do quarto trimestre de 2019. A companhia teve retração de 2,4% nas receitas, que somaram US$ 46,8 bilhões.

O lucro líquido ficou em US$ 2,7 bilhões, 47,3% inferior ao registrado no quarto trimestre de 2018.  O desempenho foi afetado principalmente por “pressões” decorrentes do mercado de vídeo e entretenimento.

A tele registrou base de 20,4 milhões de assinantes em seus serviços de entretenimento, que incluem TV paga e streaming. O número é 4,1 milhões menor que no mesmo período de 2018. Com isso, a receita da unidade retraiu-se em 6,1%, para US$ 11,2 bilhões.

O desempenho foi parcialmente compensado pelo crescimento com serviços de telecomunicações. A AT&T faturou US$ 18,7 bilhões no segmento, 0,8% a mais que um ano antes. Houve aumento da demanda por serviços pré-pagos e melhora da receita por usuários (ARPU) no pós. Foram adicionados 3,6 milhões de clientes celulares apenas no quarto trimestre, em relação ao trimestre anterior. Em 12 meses,  foram 14 milhões de adições. Ao todo, a companhia terminou com base de 165,9 milhões de acessos móveis.

A empresa também se beneficiou da demanda por internet das coisas, com a adição de 3,7 milhões de dispositivos conectados a suas redes no trimestre, dos quais, 2,3 milhões foram carros conectados.

Warner Media e América Latina

As empresas do grupo Warner Media, produtora de conteúdo audiovisual, tiveram queda de 3,3% nas receitas, para US$ 8,9 bilhões. O motivo para a redução reside no vencimento de contratos de licenciamento, que não foram renovados a fim de que o conteúdo esteja exclusivamente no app HBO Max, a ser lançado em maio no exterior.

Na América Latina os resultados foram afetados pela forte variação do câmbio, resultando em faturamento de US$ 1,8 bilhão, 4,6% menos que no quarto trimestre de 2018. A operadora registrou aumento das vendas no México e ganho de assinantes, especialmente de celular pré-pago.

Já a Vrio, empresa que tem os ativos de TV paga DirecTV e Sky Brasil, encolheu 8,6%, para US$ 982 milhões. Houve o desligamento de cerca de 500 mil assinantes de TV ano a ano na América Latina.

No ano de 2019

Os números referentes a todo o ano de 2019, comparado a 2018, mostram elevação de 6,1% nas receitas, que alcançaram US$ 181,2 bilhões. O lucro líquido caiu 24,9%, para US$ 14,97 bilhões. A dívida do grupo ficou em US$ 151 bilhões, 2,5x o EBITDA.

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Rafael Bucco

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