Renovação sucessiva de espectro é a opção mundial, afirma consultor

Para Guilherme Pinheiro, da Câmara dos Deputados, a renovação sucessiva e onerosa do espectro pode ser economicamente mais eficiente para o Estado.

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“O bem reversível é o espectro do serviço celular”, afirmou Guilherme Pinheiro, consultor da Câmara dos Deputados no 52 Encontro Tele.Síntese. Para ele, o debate sobre a renovação das frequências de telecomunicações é um assunto mais desafiador do que os bens reversíveis das concessões de telefonia fixa. E Pinheiro defende  a renovação sucessiva ao invés da licitação de frequências como a melhor alternativa para o setor.

Para ele, há um problema sério que poderá ocorrer dentro de poucos anos, caso não se mude o atual quadro regulatório. A atual Lei Geral de Telecomunicações (LGT) sõ permite a renovação das licenças de frequências por dois períodos – que somam um total de 40 anos. Em pouco tempo (dentro de cerca de dois anos) as licenças  de telefonia celular que pertenciam as empresas estatais Telebras e foram vendidas juntamente com a privatização da empresa, conhecidas como “Banda A” – começam a ter seu prazo de validade vencido. As  empresas que prestam serviço com essas bandas terão que devolvê-las para o Estado brasileiro. Atualmente as quatro grandes operadoras, Claro, TIM, Vivo, Oi possuem essas bandas.

Pinheiro alerta que está prevista pela lei a devolução do espectro, mas não a devolução da infraestrutura. E pergunta: ” A infraestrutura continuará com as empresas privadas. A Anatel poderá desapropriar as redes e torres dessas empresas? Elas serão forçadas a vender essa infraestrutura?”

Conforme Pinheiro, a maioria dos reguladores do mundo escolheu a renovação sucessiva como a melhor opção para lidar com esse tema. “Na Austrália, a renovação é sucessiva. O Canadá é tranquilo quanto a essa questão. Os Estados Unidos acabaram de rever sua legislação e promoveram uma ampla simplificação para as renovações das licenças e a Comunidade Euorpeia não estabelece limites de prazos para as licenças de espectro”, afirmou.

Para ele, as renovações sucessivas, sempre onerosas,  podem ser economicamente eficientes no Brasil.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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