Reino Unido quer avaliar acordos de Amazon e Microsoft com startups de IA
As parcerias firmadas por Microsoft e Amazon com startups especializadas em Inteligência Artificial (IA) entraram na mira do órgão regulador de defesa da concorrência do Reino Unido. A autoridade antitruste convidou o mercado a apresentar suas avaliações sobre se os acordos têm potencial para prejudicar a competição no território britânico.
Na prática, a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês), órgão com atribuições semelhantes às do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no Brasil, lançou, na quarta-feira, 24, um “convite para comentários”, etapa que antecede a abertura de uma investigação formal.
A CMA quer colher opiniões sobre a parceria da Amazon com a Anthopic. A big tech recentemente concluiu um investimento de US$ 4 bilhões na startup fundada por dissidentes da OpenAI, criadora do ChatGPT.
Na mira da autarquia britânica também está a parceria da Microsoft com a Mistral AI. A desenvolvedora do sistema Windows anunciou um acordo com o laboratório francês em fevereiro deste ano, o qual prevê a incorporação de modelos de IA em aplicações da plataforma de computação em nuvem Azure – a Microsoft tem um acordo semelhante com a OpenAI.
Além disso, a CMA busca informações sobre a relação da Microsoft com a Inflection AI, tendo em vista que a gigante de tecnologia contratou grande parte dos funcionários da desenvolvedora de IA meses após investir na empresa.
Em comunicado, a CMA diz que a intenção do convite para comentários é analisar se os acordos se enquadram nas regras de fusão do Reino Unido e, em caso positivo, os eventuais impactos sobre a concorrência no país. O mercado tem até 9 de maio para enviar as suas contribuições ao regulador antitruste.
OpenAI
Em dezembro do ano passado, a CMA lançou uma consulta semelhante a respeito da parceria entre Microsoft e OpenAI, com a suspeita de que o investimento da big tech tenha se tornado, na prática, uma aquisição de controle.
O órgão britânico diz que ainda está considerando os comentários enviados por terceiros, enquanto aguarda informações solicitadas às parceiras. Com isso, pelo menos até o momento, o acordo não é alvo de uma investigação formal.