Regulação da TVRO: MCom propõe exigência de outorga

Sugestão passa por análise antes da publicação. A regulamentação atende exigência do Tribunal de Contas da União.
Foto: Freepik
Foto: Freepik

O Ministério das Comunicações (MCom) concluiu uma minuta de decreto para regulação do serviço de transmissão da TV aberta por satélite, a TVRO. O texto, que agora aguarda o aval da Casa Civil, propõe a exigência de outorga terrestre para o funcionamento.

A norma ainda pode passar por ajustes a cargo do Executivo, mas espera-se que seja publicada “em breve”, como informou o secretário de Comunicação Social Eletrônica do MCom, Wilson Wellisch, em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, 3, durante evento sobre a TV 3.0, na sede do órgão, em Brasília.

“Nada impede que o sinal seja transmitido via satélite de forma codificada e fechada. Mas para prestar o serviço de radiodifusão livre, aberto e gratuito, como é feito hoje, teria que estar associado a uma concessão de TV – obviamente, com disposições transitórias para quem já subiu [o sinal], resumiu Wellisch.

Na prática, o decreto torna a TVRO um serviço de radiodifusão, ao contrário do cenário atual, no qual não há uma definição formal como serviço público, funcionando com base em retransmissão de emissoras. A regulação vem sendo demandada por radiodifusores, principalmente após o edital do 5G, por conta do processo de migração dos canais para a banda Ku.

A necessidade de uma norma também foi alertada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que citou o tema em novembro do ano passado ao analisar a execução das políticas do setor.

“No Brasil, a TVRO é de grande importância devido à sua capacidade de fornecer cobertura de sinal livre para áreas remotas e rurais que não têm acesso a outros meios de transmissão, como a TV terrestre ou a cabo, ou mesmo em áreas urbanas cujo sinal de televisão terrestre pode estar comprometido […] a ausência de um marco regulatório claro para a TVRO dificulta o desenvolvimento e a implantação eficiente desse sistema, a criação de incentivos para o investimento privado e a padronização dos equipamentos, dentre outros fatores, pela ausência de instrumentos que deem segurança jurídica”.”, consta em acórdão da Corte.

Avatar photo

Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura dos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

Artigos: 855