Reestruturação da Oi resulta em lucro de R$ 15,1 bilhões

Oi teve lucro devido ao desempenho da conta financeira, beneficiada por desconto bilionário da dívida, que encolheu em cerca de 70%. Em termos operacionais, companhia registrou desaceleração na fibra e perdas com serviços legados.

A Oi reportou na noite desta quarta-feira, 14, um lucro líquido de R$ 15,1 bilhões – o maior de sua história para o trimestre. Mas o número alto não se deve às vendas, e sim ao processo de reestruturação das dívidas da companhia, que levou a ganhos financeiros de R$ 15,64 bilhões.

Loja da Oi - Crédito: Divulgação
Loja da Oi – Crédito: Divulgação

Como explica a empresa, o lucro se deveu aos “movimentos contábeis para novação das dívidas, decorrentes da implementação dos novos termos e condições aprovados no Plano de Recuperação Judicial da Companhia”.

A Oi divulgou que, após a reestruturação, a dívida líquida caiu de R$ 21,2 bilhões no segundo trimestre de 2023 para R$ 6,6 bilhões agora, uma redução de 68,6%. Em relação ao primeiro trimestre, quando a dívida somava R$ 25 bilhões, a queda foi de 73,8%.

A dívida bruta, que tinha valor de face de R$ 32,8 bilhões, teve um desconto de R$ 24,2 bilhões, e com isso caiu a R$ 8,56 bilhões.

A empresa informa que os números não foram impactados ainda pela emissão de dívida feita neste mês de agosto, que será computada apenas no balanço do terceiro trimestre. Os títulos dessa emissão vão ser utilizados para pagar parte do empréstimo emergencial que restava no segundo trimestre.

A companhia terminou junho com R$ 1,9 bilhão em caixa, uma queda de 8,3% em relação aos R$ 2,09 bilhões registrados ao fim de março.

Resultados operacionais

Considerando os negócios da operadora, sem o resultado contábil da reestruturação financeira, a Oi registrou receita líquida de R$ 2,14 bilhões, redução de 12,6% ano a ano.

A Oi Fibra, unidade de banda larga por FTTH, faturou R$ 1,09 bilhão, queda de 0,9%. A Oi Soluções, unidade B2B do grupo, encolheu 23%, e teve receitas de R$ 449 milhões.

A operadora diz que a retração da Oi Soluções se deveu a menor demanda por serviços baseados na rede de cobre.

Os serviços legados de de voz fixa, TV DTH e subsidiárias faturaram juntos R$ 575 milhões, queda de 23,1%.

O EBITDA da tele foi negativo em R$ 318 milhões, um reversão em relação ao número positivo de R$ 42 milhões registrado no segundo trimestre de 2023.

A Oi Fibra terminou junho com 4,05 milhões de clientes após um ganho de 10 mil assinantes no trimestre. O ritmo de novos contratos diminuiu, já que no segundo trimestre de 2023 a empresa obteve 60 mil novos contratos.

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Rafael Bucco

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