Redes do Brasil precisam receber US$ 20,7 bi ao ano para se equiparar às europeias até 2020
A Associação de Telecomunicações da América Latina (Asiet) também participou da consulta pública realizada pelo Ministério das Comunicações, encerrada na última sexta-feira. A entidade, que representa os grupos América Móvil e Telefónica na região, dedicou seu voto a pedir esforços para que o governo incentive a redução da desigualdade entre as redes latino-americanas e as encontradas nas economias desenvolvidas, especialmente na Europa.
Segundo a Asiet, é possível para a América Latina diminuir a diferença com muito investimento. Toda a região terá conectividade semelhante à europeia se houver aporte de capital em redes fixas e móveis da ordem de US$ 355,825 bilhões ao longo dos próximos quatro anos. No Brasil, a entidade diz ser preciso “um capital médio de US$ 20,748 bilhões anualmente”. Em termos de PIB, significa que em média, se destine 0,64% anualmente às telecomunicações, mais do que os 0,58% investidos ao ano no último quinquênio.
O grupo afirma que o STFC vem perdendo mercado desde 2009, à média de 3% ao ano no Brasil. No caso dos orelhões, afirma que seu uso cai 30% ao ano, em média. Ao mesmo tempo, as tarifas de STFC caíram cerca de 23% desde aquele ano em função, diz, do “empacotamento do serviço com outros (principalmente banda larga e TV)”.
Com base nesses dados, a entidade pede que o novo marco regulatório se concentre na banda larga, tanto fixa, quanto móvel, e na atuação dos serviços over-the-top (OTTs), como aplicativos de voz sobre IP, streaming de vídeo e redes sociais. A Asiet sugere, também, que a nova regulação preveja as diferenças regionais.
“O papel do governo vai depender da zona em que nos encontremos, já que enquanto em zonas de grande demanda entendemos que a regulação deve ser mínima, posto o mercado a regular-se por si próprio. Em zonas onde a demanda é menor ou simplesmente não existe, a intervenção governamental deverá eliminar barreiras burocráticas de entrada e dar incentivos para que empresas de telecomunicações possam investir”, defende.