Redes 5G não terrestres ganham nova dinâmica, diz estudo
Estudo realizado pela 5G Americas aponta que no primeiro semestre de 2023 a infraestrutura NTN (Redes Não Terrestres) está se tornando em um mercado altamente dinâmico com algumas abordagens técnicas e comerciais diferentes. O surgimento da tecnologia 5G abriu novas possibilidades para conectar pessoas e dispositivos o que favorece o 5G NTN que é justamente projetado para fornecer conectividade sem fio de alta velocidade, aproveitando um ‘segmento espacial ao lado de acesso da rede móvel para fornecer serviços móveis a usuários no solo a partir de satélites.
Hoje as conexões de banda larga já são oferecidas por diversas operadoras de NTN com tecnologia proprietária, utilizando antenas VSAT/parabólica nos equipamentos do usuário para recepção de velocidades de banda larga nas frequências Ka ou Ku.
A maior parte do foco nas implantações de NTN está no uso de satélites GEO e LEO, com a abordagem mais comum para satélites GEO (cerca de 36.000 km de altitude) a serem usados para banda larga fixa e IoT (ou seja, para serviços sem atraso crítico), enquanto os LEO-s (menos de 1.000 km de altitude) são mais atraentes por seu baixo atraso e melhor orçamento de link devido à distância muito menor.
Casos de uso
Segundo o estudo Update on 5G Non-Terrestrial Network o uso da tecnologia NTN tem inúmeros casos de uso em especial para aplicações de IoT particularmente em áreas remotas e de difícil acesso. Ele dá como exemplo, os sistemas de agricultura de precisão que podem aproveitar dados em tempo real de sensores colocados em veículos aéreos não tripulados para otimizar o rendimento das colheitas e reduzir o desperdício de recursos.
Da mesma forma, o monitoramento remoto e o controle de infraestrutura crítica, como plataformas de petróleo, turbinas eólicas e locais de mineração, podem se tornar mais eficientes e seguros com a ajuda de sensores e atuadores habilitados para NTN.
Começam a surgir também os dispositivos diretos para celular, oferecendo serviços de emergência e mensagens com a promessa de evoluir para velocidades mais altas nas redes LEO. Com uma solução NTN baseada em 3GPP no Release-17 usando o espectro de banda sub-2Ghz, é possível atingir dezenas de megabits por segundo de velocidade no downlink (embora esse pico de velocidade seja compartilhado entre todos os usuários em uma determinada célula), bem como um atraso de ida e volta na faixa de algumas dezenas de milissegundos.
O órgão relata que com o 3GPP Rel-18, o espectro adicional na banda Ka oferecerá velocidade muito maior – da ordem de centenas de Mbps – para dispositivos não portáteis que usam pequenas antenas parabólicas, semelhantes às oferecidas pelo serviço Starlink da SpaceX. A velocidade prática irá variar dependendo da capacidade do dispositivo, espectro utilizado, carga e tamanhos de antena.
De acordo com a 5G Americas, o NTN pode ainda ser usado para resposta a desastres e operações de recuperação, fornecendo links de comunicação confiáveis e resilientes em áreas afetadas por desastres naturais. Em qualquer um desses cenários, o resultado notável do satélite D2C é a expansão da cobertura para celulares de consumo atuais e futuros em áreas rurais ou remotas de difícil acesso, em uma extensão que uma rede terrestre não pode alcançar.