Recurso da Abert contra decisão do Gired será decidido por Kassab

A decisão de liberar o desligamento da TV analógica com base em projeções futuras de atendimento das residências foi tomada com o apoio do governo, das operadoras de celular e uma emissora de TV.

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O presidente do Gired (grupo que conduz a transição da TV analógica para a digital), Juarez Quadros, deverá levar no próximo dia 21 de março para a deliberação do ministro de C&T, Gilberto Kassab, o recurso da Abert contra a última decisão tomada pelo grupo.

O Gired decidiu – por sete votos a três – que poderão ser desligados os sinais de TV em cidades que não tenham atingido os 93% de penetração da TV digital, desde que projeções apontem quando esse percentual será atendido.

Em miúdos: se a capital do Rio de Janeiro tiver apenas 80% das residências aptas a receber o sinal digital na data estabelecida, mas se pesquisa aponta que dentro de um mês serão atingidos os 93% estabelecidos pelo governo, então o desligamento do sinal analógico será feito na data previamente definida.

Para as emissoras de TV comerciais, esse novo critério é muito diferente do que foi estabelecido na política do governo, que previa o desligamento apenas quando se chegasse aos 93%. Daí o recurso da Abert.

Mas há um dissidente de peso na entidade quanto a essa questão: a TV Record. Ela tem pressa para a digitalização dos sinais, para poder vender seus programas às operadoras de TV a cabo. Enquanto todos os canais não estiverem digitalizados em uma cidade, a emissora continua a ter que oferecer sua programação de graça. Para a Globo e SBT, no entanto, o que importa é garantir a audiência; e, por isso, a briga pelos 93%.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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