Recuperação judicial da Sigfox não afeta clientes no Brasil, garante WND

CEO da WND Brasil, José Almeida, soube do pedido de recuperação judicial pela imprensa, mas diz que em seguida foi informado das condições e que há garantias para os sistemas utilizados não saírem do ar
Recuperação judicial da Sigfox não afeta clientes no Brasil, garante WND
Crédito: Freepik

O pedido de recuperação judicial da Sigfox na França não vai prejudicar a entrega dos serviços no Brasil. Quem garante é José Almeida, CEO adjunto da WND Brasil, representante exclusiva no país da desenvolvedora de tecnologia para internet das coisas.

O pedido de recuperação pegou Almeida de surpresa. Ele soube antes pela imprensa da situação, mas já realizou reunião com os representantes da empresa, que traçaram diversos cenários para uma guinada.

Conforme o executivo, o pedido de recuperação judicial francês dará tempo para que a empresa encontre um comprador e se reestruture, sem desligar nenhum sistema. A matriz da Sigfox avisou todos os parceiros no mundo e se comprometeu a manter intactos o sistema de TI que garante a troca de mensagens entre os dispositivos e o roaming.

Almeida afirma que a qualquer sinal de instabilidade as operadoras parceiras da Sigfox no mundo, um total de 71, estão prontas para assumir a gestão da tecnologia. Por contrato, ressaltou, essa alternativa é possível e viável.

Ele também considera provável que a venda da Sigfox aconteça rapidamente, pois a tecnologia e modelo de atuação da empresa é rentável e precisará de poucos ajustes para chegar à lucratividade. Almeida conta que o grande prejuízo de 2020 se deu em função de agressividade da companhia em construir rede própria nos Estados Unidos, mercado que se provou caro e onde a adoção vem se dando mais devagar que o estimado.

“A Sigfox mesmo tem duas redes das 73 ativadas no mundo: uma nos EUA e outra na França. Nos outros países, trabalha com os parceiros, e estamos prontos para manter o serviço”, ressaltou Almeida ao Tele.Síntese.

Segundo ele, além da venda a um novo investidor, as operadoras parceiras estudam se vale a pena se mobilizarem para elas mesmas comprarem o negócio. “Nós da WND, confirmando-se esta hipótese, queremos nos tornar acionistas”, disse. A terceira opção seria cada parceiro montar um sistema de TI próprio em seu país, uma vez que a tecnologia já está licenciada.

Almeida diz que a WND está explicando a cada cliente a situação e garantindo a continuidade do serviço pela extensão dos contratos firmados. A empresa é responsável, por exemplo, por 200 mil medidores de água para empresas de saneamento no Brasil, e tem acordos já fechados para fornecimento e manutenção de rede IoT pelos próximos 10 anos.

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Rafael Bucco

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