Receita móvel irá crescer em 2020 mesmo com retração do PIB, diz relatório da GSMA

A contradição entre o encolhimento do PIB e expansão da receita móvel é explicada nos países em desenvolvimento pela dependência da rede móvel e baixa penetração de banda larga fixa

Apesar da previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de queda de 5,8% no PIB brasileiro, a receita móvel irá crescer 2% em 2020, prevê o relatório Global Mobile Trends 2021, produzido pela consultoria GSMA Intelligence. Esse crescimento não será exclusividade do Brasil, mas um movimento presente nos países em desenvolvimento, como Índia e México.

Diferentemente dos países desenvolvidos, nos em desenvolvimento há uma ausência de infraestrutura de rede fixa. O que torna a rede móvel a única forma de acesso à internet para diversas pessoas. Por exemplo, a Índia terá uma retração de mais de 10% em seu PIB, enquanto a receita móvel aumentará 17,6%. Por outro lado, o Reino Unido apresentará queda no PIB e na receita móvel de 9,8% e 5,4%, respetivamente.

O relatório também afirmou que fatores macroeconômicos, como flutuação da moeda e a crise do novo Coronavírus, afetaram a receita das operadoras de telecomunicações. Em um contexto global, o fechamento de lojas causou uma queda nas atualizações de aparelhos e de recargas pré-pagas. O que atrofiou o crescimento da receita das telecom no segundo trimestre de 2020.

No Brasil, o aumento da receita móvel em março de 2020 cresceu 8% em relação à 2019. Outra tendência foi o de aumento de pagamentos de recargas em meios digitais, que no Brasil chegou a 30% para algumas operadoras.

Investimento em Open RAN

Na América Latina, a prioridade tem sido a redução de custos. Assim, as operadoras buscam uma infraestrutura compartilhada, sistema que reduz duplicações de rede desnecessárias. Por exemplo, a Telefónica, dona da Vivo, fechou acordos desse tipo no Brasil, México e Peru. Para a área rural, o Open RAN também representa uma alternativa de conectividade, por apresentar eficiência e baixo custo.

OTTs e TV Aberta

De acordo com o relatório, no Brasil, o mercado de TV por assinatura irá encolher 15% até 2025. Uma explicação para isso, é o crescimento das OTTs, como Amazon Prime e Netflix. No entanto, em outros países, mesmo os de alta renda, a previsão é de aumento da TV Aberta. Na Finlândia a expansão será de 96%, em Portugal 106% e na Bulgária 75%.

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Da Redação

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