Quanto valerá a Infraco em quatro anos? O CEO da Oi responde
Na apresentação do plano estratégico trienal da Nova Oi, feita hoje, 19, a analistas de mercado, o CEO da Oi, Rodrigo Abreu, chamou a atenção para a valorização da Infraco. Uma fatia de 57,9% do ativo foi vendida recentemente a fundos geridos pelo banco BTG Pactual e à Globenet, empresa também do BTG, pelo equivalente a R$ 12,9 bilhões. O que representa um valor de mercado de pouco mais de R$ 20 bilhões.
Para o CEO da Oi, Rodrigo Abreu, o futuro da Infraco será próspero. E, apesar de a companhia ter se desfeito do controle, será capaz de colher parte dos louros em função da manutenção de uma participação de 42,1% na empresa de infraestrutura.
Mas quão próspero será a Infraco? Para Abreu, muito. Na conferência, ele estimou que o valor de mercado da Infraco vai atingir R$ 54 bilhões até 2025. Isso representa dez vezes o EBITDA a ser alcançado – portanto, de R$ 5,4 bilhões.
A métrica considera um valor de mercado de 10x o EBITDA, em linha com o que vem sendo praticado no mundo para empresas de infraestrutura. Como o EBITDA (lucro antes impostos, amortizações e depreciações) vai crescer 49% ao ano até lá, acredita o executivo, o valor de firma da empresa também vai se multiplicar.
Essa valorização do ativo é considerada porque a Oi vendeu a Infraco tendo como cláusula a possível saída, ou pelo menos redução, de sua fatia no futuro. Acontece um IPO da Infraco, por exemplo, ao preço de mercado de R$ 54 bilhões em 2025, a Oi receberia R$ 22 bilhões por sua participação de 42,1%.
O cenário é hipotético, mas foi citado por Abreu para justificar que a venda gerou valor imediatamente para o grupo, e seguirá gerando valor pelos próximos anos diante de uma perspectiva positiva de expansão da banda larga por fibra óptica no país. Embora os executivos da Oi nunca tenham escondido a intenção de, após a venda, levar a Infraco à Bolsa.
Operação
A parceria entre Infraco e Oi também vai trazer resultados operacionais, afirmou Abreu. O custo para cada residência passada com fibra (HP, na sigla em inglês), deve cair dos atuais R$ 270 para R$ 140 até 2025. Isso graças ao modelo de expansão em que há financiamento da Infraco e utilização da força de campo de 20 mil técnicos da Serede, que continua a ser da Oi.
A modernização do parque para OLT XGSPON, o aumento da supervisão dos equipamentos instalados na casa dos clientes, a expansão da rede subterrânea e da rede aérea com segmentos menores de fibra, que vão gerar menos interrupções, também estão por traz dessa redução do custo por HP.