Quanto a Claro recolheu em impostos no Brasil em 2023

Na Assembleia Legislativa de São Paulo, o vice-presidente da empresa destacou as dimensões do negócio, seu impacto para o país e criticou a metodologia do Procon ao listar as empresas com mais reclamações.

A Claro recolheu R$ 11 bilhões em impostos no país em 2023, dos quais R$ 2,5 bilhões foram pagos apenas no estado de São Paulo. O número foi apresentado por Fábio Andrade, vice-presidente de Relações Institucionais da operadora, à Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa paulista ontem, dia 6.

CPI das Telecomunicações da Alesp (Foto: Alesp)
CPI das Telecomunicações da Alesp. Fábio Andrade ao centro. (Foto: Alesp)

A CPI foi criada neste ano para investigar a qualidade dos serviços prestados pelo setor. Durante a reunião de ontem, os executivos da operadora criticaram a forma como é feita a avaliação das empresas mais reclamadas pelos órgãos de defesa do consumidor.

“O Procon analisa de maneira equivocada. O ranking precisa ser feito por serviço. Não dá para pegar uma empresa que oferece telefonia fixa, celular, banda larga fixa, banda larga móvel, serviço de nuvem e TV por assinatura, juntar tudo e dizer: vocês estão em primeiro”, argumentou Andrade.

“Se dividirmos o número de reclamações pelo de clientes, temos 0,00011%. É um número muito baixo”, acrescentou ele.

Tratando especificamente do serviço de TV por assinatura – no estado, mais de 60% dos acessos são via Claro – Andrade atribuiu o crescimento das reclamações às mudanças tecnológicas. Segundo ele, o acesso a plataformas digitais gera dúvidas para o consumidor quanto ao funcionamento do serviço e sobre a quem recorrer em caso de falhas.

Apesar da crítica ao Procon, Andrade afirmou que a Claro assinou um acordo com o órgão, estabelecendo um plano de metas para reduzir o número de reclamações em um ano.

Andrade também aproveitou a oitiva na Alesp para apresentar dados relacionados à contribuição da empresa para a economia paulista. Em 2023, a Claro gerou 36,5 mil postos de trabalho – entre empregos diretos e indiretos – dos quais 11 mil foram em São Paulo. Em relação às multas aplicadas pelo Procon à Claro, os executivos informaram que a empresa pagou R$ 63 milhões ao longo dos últimos três anos.

Celso Tonet, diretor de Experiência do Cliente da Claro, ressaltou o nível de resolutividade das demandas por meio dos canais de atendimento da empresa. “97% dos clientes que entram em contato resolvem suas questões na Ouvidoria, sem precisar migrar para outros canais como Procon, Anatel ou similares”, destacou.

Precarização

Andrade também respondeu a perguntas dos deputados sobre a precarização dos trabalhadores de telecomunicações. Ele afirmou que a Claro contrata apenas empresas regularizadas e certificadas. Alinhou-se à proposta da Feninfra, que solicita à Anatel a criação de um selo para identificar as empresas prestadoras de serviços para o setor.

“Defendemos que a Anatel crie um selo, com classificações de Classe A e Classe B, para identificar níveis de precarização. Pagamos caro para evitar precarização, e deveria haver uma redução pela metade no número de empresas que operam no setor, pois pelo menos metade delas tem problemas de precariedade”, declarou.

Depoimento da Feninfra adiado

Acatando sugestão do deputado estadual Luiz Fernando Ferreira (PT) e em acordo com a convidada, a deputada estadual Carla Morando (PSDB) decidiu definir outra data para a oitiva de Vivien Suruagy, presidente da Federação Nacional de Call Center, Provedores, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e Informática (Feninfra).

A expectativa é que Vivien discuta com os deputados temas como a regularização da ocupação de postes. A entidade defende a criação de uma entidade independente para gerir e fiscalizar o uso dessas estruturas. (Com informações da Alesp)

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Da Redação

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