Qualquer restrição irá impactar investimento das operadoras, reafirma diretor da Huawei
No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro reúne-se com o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que pressiona pelo banimento da fabricante chinesa nas redes de telecomunicações brasileiras, a Huawei promoveu hoje, 9 de março, uma coletiva de imprensa em Brasília para reforçar seu posicionamento sobre a tecnologia 5G e o que aconteceria em um mercado sem a sua presença.
Marcelo Motta, diretor de governança de cybersegurança global da Huawei, apontou quais seriam esses efeitos, na avaliação da empresa: “Qualquer tipo de restrição vai impactar os investimentos das operadoras”, afirmou.
Isso porque, explicou ele, a Huawei lidera o mercado brasileiro na tecnologia móvel da 4G e é a partir dessa base instalada que haverá a evolução para a 5G. Para ele, as pressões contra a empresa estão calcadas em “acusações sem prova” visto que a fabricante adota uma das políticas mais transparentes em relação à cybersegurança.
Para o executivo, uma das razões que motivam essas acusações contra a empresa deve-se à disputa das patentes, pois com a 5G. disse, a Huawei reverte o jogo, passando a receber mais por sua tecnologia do que a pagar direito autoral.
“No período de 2015 a 2018, a Huawei pagou US$ 6 bilhões para a indústria norte-americana pelas patentes, e recebeu US$ 1,4 bilhão. Com a 5G, esse jogo se inverte, pois 20% das patentes essenciais da 5G são nossas”, afirmou.
Redução de custos
Segundo Carlos Roseiro, diretor de soluções integradas da Huawei Brasil a empresa projeta que o tráfego de dados continuará a crescer 40% ao ano até 2025. E para atender a essa demanda exponencial, uma operadora que quiser continuar a investir apenas nas redes 4G acabará gastando 200% a mais do que aquela que investir na tecnologia 5G.
Entre os principais itens de redução de custos trazidos pela nova tecnologia, apontou, estão a sensível redução com o aluguel dos espaços para a instalação das antenas, e queda nos custos com energia e custos com a transmissão.
O executivo assinalou que o Brasil tem perdido muitas posições no ranking global de inovação e produtividade, e que poderia reverter esse quadro com a adoção rápida da nova tecnologia.