Qual o impacto do celular no mercado da telefonia fixa?

Estudo recente da Kantar WorldPanel mostra relação direta entre avanço do telefone móvel e a queda na penetração das linhas fixas

shutterstock_ LeventeGyori_telefonia_fixa_concessionaria_operadoras_qualidade_call_centerO crescimento do uso do celular começou a derrubar a procura pela telefonia fixa em 2009. Daquele ano até o final de 2015, a fatia de mercado dos acessos fixos caiu de 27% nas classes D e E, para 17%. O movimento foi ainda mais intenso entre os mais ricos. Nas classes A e B, o celular passou a ser usado por 95% das pessoas (ante 91% seis anos antes), enquanto o telefone fixo amargou uma perda de participação de 12 p.p., para 68%. E na classe C, o celular cresceu de 80% para 94%, enquanto o fixo foi de 52% para 32%, uma queda de 20 p.p.

Os dados fazem parte de relatório divulgado hoje, 24, pela Kantar Worldpanel, durante o evento GMIC, sobre o mercado mobile, e que acontece em São Paulo.

“À medida em que cresce a posse do celular, retrai a posse da telefonia fixa. E o brasileiro nunca esteve tão conectado. Hoje, 57% das pessoas tem um smartphone em casa”, observa Danielle Rossi, gerente de conta da Kantar.

A pesquisa mostra que 9 de cada 10 brasileiros usam celular. Também deixa evidente que o feature phone é cada vez mais um produto de nicho, já que a maioria dos consumidores tem mais de 50 anos, especialmente nas classe mais baixas. Em síntese, o desafio das fabricantes é conseguir desenvolver smartphones tão simples de usar quanto os feature phones, e que tenha baixo preço, para convencer estes usuários a migrar.

Para as operadoras, o cenário é obscuro. Embora os usuários de smartphones sejam ávidos consumidores de dados, eles se preocupam mais com o preço da conexão. O gasto médio com serviços de telecomunicações cresceu no país nos últimos dois anos entre donos de feature phones, no entanto caiu entre os donos de smartphone. A Kantar não divulga a variação, em Reais, da ARPU registrada no período.

A pesquisa foi feita com uma amostra de 27 mil pessoas, o que representa um universo de 140 milhões de indivíduos. Também foram visitados 11,3 mil lares, no primeiro semestre deste ano.

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Rafael Bucco

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