Putin sanciona lei que obriga a instalação de apps russos em novos smartphones

Sancionada ontem, 2, lei entrará em vigor em 1º de julho de 2020. Apple, Samsung e Huawei terão de se adaptar para continuar a comercializar na Rússia.
O presidente russo, Vladimir Putin (foto: www.Kremlin.ru – divulgação)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sancionou ontem, 2, lei que obriga os fabricantes ou vendedores de smartphones, computadores e smart TVs a pré-instalarem softwares desenvolvidos naquele país nos aparelhos. A regra entra em vigor em julho e proíbe a venda no mercado local de dispositivos que não atendam o requisito.

A legislação nasceu na Duma, a câmara baixa do parlamento russo, onde foi aprovada em novembro último. Caberá ao governo regulamentar a lei, determinando todos os tipos de aparelhos que são abrangidos pela norma. O governo também vai listar quais aplicativos virão pré-instalados.

Conforme os autores do projeto, a intenção é impulsionar o uso de programas russos pela população local. Criando, assim, formas para que empresas locais prosperem no mercado de tecnologia da informação, dominado por empresas norte-americanas.

Embora tenha sido sancionada, a regra enfrentou críticas de varejistas. Segundo a agência de notícias Reuters, o grupo reclama de não ter sido consultado ao longo da tramitação da lei. Entre as marcas de celular mais vendidas na Rússia estão Apple (dos Estados Unidos), Samsung (da Coreia do Sul) e Huawei (da China). Se estas empresas não se adequarem, não mais poderão comercializar seus dispositivos por lá.

Sistema próprio

Recentemente a operadora russa Rostelecom, que lidera o mercado local, anunciou o desenvolvimento de um sistema operacional móvel, o Aurora, para smartphones baseado no Jolla Sailfish OS. O desenvolvimento tem apoio do governo, que pretende fazer com que todas as 8 milhões de autoridades públicas do país recorram apenas a smartphones com o software até 2021.

O sistema também já é objeto de tentativas de parceria com a China, que pode usar tablets com o Aurora para realizar o próximo censo populacional em 2020, o que demandaria ao menos 350 mil aparelhos. A alternativa foi oferecida aos chineses após a eclosão da disputa comercial que opôs os Estados Unidos à China e resultou também no banimento da fabricante Huawei do mercado norte-americano. A Huawei, no entanto, vem desenvolvendo por conta própria um sistema operacional móvel compatível com apps Android.

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Da Redação

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