Provedores regionais precisam agora de capital de giro
Fortaleza – Os provedores regionais estão enfrentando agora uma nova situação, que é a de conseguir capital de giro para pagar os empréstimos feitos durante os anos da pandemia do Covid, recursos utilizados para fazer a rápida expansão das redes de telecomunicações e atender o forte incremento da demanda da época. ¨Nós, provedores, estamos precisando agora de dinheiro para o fluxo de caixa, para podermos arcar com os empréstimos contraídos junto aos bancos no passado¨, afirmou Mauricélio Oliveira, diretor presidente da Abrint.
Segundo ele, uma das alternativas que podem ser estudadas pelos agentes financeiros do governo – BNDES e Finep – para aumentar a verba para o capital de giro seria aumentar o percentual dos recursos que podem ser gastos com o fluxo de caixa, dentro das linhas de financiamento atualmente existentes com o dinheiro do Fust. Atualmente, algumas dessas linhas do BNDES permitem que até 30% da verba liberada seja usado para o fluxo de caixa. O restante dos recursos devem ser gastos, necessariamente, na expansão da rede e aumento de oferta de conectividade. Para a Abrint, uma das alternativas poderia ser ampliar esse montante para 50% do financiamento.
Conforme o programa desenvolvido pelo governo, os recursos do Fust devem ser alocados para a construção de rede de transporte e de acesso para as escolas públicas, com a construção da rede interna, incluindo o WiFi; expansão da rede de telefonia celular, com 4G ou tecnologia superior em localidades sem o atendimento adequado; expansão da rede de transporte com tecnologia por fibra óptica em municípios ou setores censitários; e expansão da rede de acesso de alta capacidade em municípios e setores censitários. O valor mínimo para esses empréstimos é de R$ 10 milhões.
Alternativas
Entre as alternativas pleiteadas pelos pequenos provedores foi apresentada, durante o Congresso da Abrint Nordeste, a reivindicação da volta do Cartão BNDES, instrumento que foi lançado pelo banco em 2010 e que foi bastante utilizado pelos ISPs, devido a sua facilidade de acesso e utilização. Segundo o chefe do Departamento da Indústria Intensiva em Tecnologia e Conectividade do BNDES, Carlos Azen, essa alternativa existia à época porque estava vinculada aos recursos captados pelo banco, que eram originários do Fundo do Trabalhador. Mas ele não descarta a possibilidade de o banco voltar a estudar novas formas de repasse dos recursos disponíveis, para ampliar o acesso dos provedores a essa verba.
A Abrint estuda também criar uma cooperativa de crédito, com perfil que pudesse atuar como um fundo garantidor para os empréstimos a serem realizados, e que tivesse a flexibilidade suficiente para direcionar os recursos tanto para amparar o caixa dos ISPs como para ampliar as suas redes. ¨O importante é que precisamos estudar diferentes alternativas, tendo em vista que o mercado está hoje quase estagnado, e os provedores chegam a comprometer quase 50% de seu faturamento para pagar os financiamentos contraídos¨, concluiu Oliveira.
A jornalista viaja a convite da Abrint