Proteção de crianças precisa ser feita por todo o setor de internet

No MWC 2024, organização indica que telecomunicações é o segmento mais dedicado à proteção de menores no ambiente online, mas toda a indústria tem o que melhorar
Cadeia de internet precisa fazer mais pela proteção de crianças, diz ONG
Organização pede mais esforços pela proteção de crianças na internet (Crédito: Freepik)

Em painel no Mobile World Congress (MWC) 2024, em Barcelona, nesta terça-feira, 27, a secretária-geral do Global Child Forum, Katarina Mellstrom, fez um pedido para que toda a cadeia de internet reforce as ações de proteção aos direitos de crianças e adolescentes no ambiente online.

Segundo a ONG, o setor de telecomunicações é o que mais envida esforços nesse sentido, mas é preciso que outros segmentos também contribuam para a segurança de menores de idade no mundo digital.

“É bom dizer que o setor de telecomunicações está na liderança, mas com uma nota geral de 5,8 [de dez]. Então, há mais a fazer”, indicou Katarina, com base em um relatório anual produzido pela organização. “[Os setores de] software e serviços, infelizmente, estão ficando para trás e há muito para melhorar”, acrescentou.

A representante do Global Child Forum ressaltou que todos os participantes da indústria de conectividade precisam colaborar, inclusive no que concerne às escolhas de parceiros para a cadeia de fornecedores, tendo em vista a exploração do trabalho infantil na produção de componentes para dispositivos.

“É bom que as empresas tenham as suas políticas, mas é melhor ter políticas que sejam aplicadas”, pontuou.

Ela também reforçou que um terço dos usuários de internet são crianças. Desse modo, defendeu que é necessário ensiná-las sobre como usar as redes sociais e a entender o que é falso e o que é real no ambiente digital.

Operadoras

Representando as teles, Sigve Brekke, presidente e CEO do Telenor Group, operadora norueguesa com operações na Escandinávia, Europa Oriental e Ásia, disse que há três grandes riscos majoritariamente associados ao uso da internet por crianças: ameaças de segurança cibernética, pornografia infantil e desinformação. Nesse sentido, assegurou que a empresa atua ao lado da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para endereçar essas questões.

“Por que a indústria móvel está envolvida nisso? Porque queremos ser vistos como colaboradores da sociedade – e não há sociedade justa sem equidade e inclusão”, afirmou.

Avatar photo

Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

Artigos: 1087